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Após 40 anos no estado, Chesf encerra atividades no Piauí e transfere serviço para o Ceará

Trabalhadores argumentam que os prejuízos da transferência do Piauí para o Ceará serão significativos no trabalho prestado ao povo piauiense

O Centro de Operações de Sistemas da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) no Piauí encerrou as atividades no estado nesta terça-feira (08/10). A partir de agora, o estado contará com os auxílios da companhia através da sede do Centro de Operações de Fortaleza, capital do Ceará.

Em nota, a companhia informou que a medida visa proporcionar uma maior eficiência operacional, de modo que o Centro de Operação de Fortaleza passou a operar 33 instalações nos estados do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão.

“Para viabilizar a referida integração dos Centros, foram adotadas as medidas, por parte dos órgãos da Diretoria de Operação da Companhia, no sentido de proporcionar as condições técnicas e operacionais necessárias, especialmente no que se refere ao treinamento das equipes e ao desenvolvimento de novas soluções tecnológicas que possibilitaram a integração de forma segura”, destacou a Chesf. 

A Chesf informou ainda que o Centro de Operação de Fortaleza dispõe da infraestrutura adequada no tocante às instalações prediais e recursos tecnológicos de hardware e software para executar a operação de forma integrada.

O outro lado

De acordo com o Sindicato dos Urbanitários, a extinção do Centro Regional de Operação (CROO) ataca a soberania dos trabalhadores em um momento em que o Piauí está em desenvolvimento na geração de energia, deixando de ser apenas consumidor para se tornar produtor de energia.

Os trabalhadores argumentam ainda que os prejuízos adquiridos com a transferência do CROO do Piauí para o Ceará serão significativos no trabalho prestado ao povo do piauiense, já que o centro acompanha todas as instalações 24 horas por dia, trabalhando em turno de revezamento, monitorando a qualidade da energia, para que seja adequada às instalações e ao consumidor.

“Iremos perder esta tecnologia que desenvolvemos em 44 anos de centro, além de perdemos campo de trabalho e laboratório para estudantes de energia elétrica. Qualquer anormalidade com uma instalação, o centro sabe de imediato e se lhe couber, já busca soluções rápidas. Com esta transferência, em caso de um apagão, por exemplo, será preciso que as autoridades piauienses se portem ao Recife ou ao Ceará, burocratizando e prolongando as soluções para eventuais problemas”, destaca Francisco Marques, presidente do Sindicato dos Urbanitários.

Executivo estadual desaprova

Há mais de 40 anos no estado, o órgão enviou, na primeira quinzena de fevereiro, um dos diretores ao Piauí para anunciar que o estado contará com os auxílios da companhia através da sede do Centro de Operações de Fortaleza.

O governador Wellington Dias e o deputado federal Júlio César (PSD) são alguns dos descontentes com o processo de privatização da companhia. O parlamentar chegou a discursar no plenário da Câmara Federal sobre o assunto em fevereiro deste ano. E Wellington Dias, na época, ouviu os trabalhadores e prometeu levar o assunto à reunião dos governadores do Nordeste.

“O estado do Piauí é um gerador de energia, nós somos, hoje, o 3º maior gerador de energia solar e o 5º maior gerador de energia eólica, somos gerador de energia com hidrelétrica, com biomassa e também com termoelétrica a partir da queima de combustível, ou seja, é necessário portanto que a empresa Chesf tenha o centro de operações para o controle de situações adversas. Por esta razão, defendemos que permaneça e estou unindo força junto com os nove governadores do Nordeste para que possamos mantê-lo”, alegou o governador em fevereiro.

FONTE: Oito Meia

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