A jaicoense Ana Paula mora na Itália há aproximadamente 10 anos e na tarde desta quarta-feira (18), fez um breve relato ao Portal Noticiei sobre o que tem visto e vivido no País falando um pouco das mudanças de rotina após a propagação de Covid-19.
Ana Paula reside na região da Lombardia, a vinte minutos do centro de Milão, uma região da Itália que se tornou o novo centro da crise ligada ao surto do novo coronavírus. Atualmente, a Itália tem o maior número de casos de coronavírus na Europa e tomou o lugar da China como principal foco de preocupação sobre a covid-19.
“Eu e minha família estamos bem, graças a Deus. Até agora não tivemos nenhum caso em família, mas a situação é bem delicada, muito séria. Tudo aquilo que vocês estão vendo nos jornais e TVs é a realidade que estamos vivendo aqui, infelizmente,” relatou.
A jaicoense relata que no início ninguém levou a sério, achavam que seria só mais uma gripe, mas que em vinte e cinco dias tudo mudou e atualmente o País encontra-se em quarentena.
“Já faz três semanas que estamos fechados em casa, o governo determinou o fechamento de tudo, menos farmácias e supermercados, que são vistoriados regularmente pela polícia municipal afim de evitar aglomerações. Cada família tem direito a ida ao supermercado e farmácia apenas uma vez a cada semana, pois existe uma lei rígida a esse respeito”, explicou.
Ana Paula ressaltou ainda que o a situação é tão séria, que as UTIs se encontram lotadas, não existe vagas em hospitais, e que novos centros de atendimentos estão sendo montados em espaços abertos, onde funcionavam feiras, para que o atendimento possa chegar às novas vítimas do coronavírus.
“Eu estava comentando para duas amigas aqui, que estava muito preocupada com o Brasil porque me pareceu que o pessoal estava levando muito na brincadeira e isso aconteceu aqui na Itália também. No início ninguém estava acreditando e como consequência, perdemos o controle da situação”, acrescenta.
Como exemplo do terror pelo qual a Itália passa nesse momento e que a jaicoense relatou foi o fato de que os infectados seguem para os hospitais em ambulâncias, sem direito a nenhum acompanhante e alguns não retornam para suas casas, pois morrem e Hospital e lá mesmo são cremados, sendo devolvidas para as famílias somente as cinzas.
Escute AQUI áudio da jaicoense Ana Paula na íntegra!
“A minha maior preocupação é porque vivo numa região da Itália onde existem os melhores hospitais, a medicina é muito avançada e contanto, ainda estamos passando por todo esse caos. E no Brasil, além de todo o problema com a saúde pública, muitos brasileiros ainda não estão levando a sério, pois a situação é muito mais complexa do que todos podem imaginar.”
Para finalizar, Ana Paula reforçou a importância dos cuidados básicos e da permanência das famílias nas suas casas: “Fiquem em casa e colaborem lavando as mãos, evitando contato físico e todas as outras formas de contágio. Aqui na Itália a situação chegou a tal ponto, pelo fato de no início também não ter sido levada a sério”.
O CORONAVÍRUS NA ITÁLIA
De acordo com site de notícias UOL, a Itália anunciou hoje que 475 pessoas morreram nas últimas 24 horas em decorrência da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Nesta pandemia, este é o maior número de óbitos registrado por um país em um único dia.
Com esta informação, o número de falecimentos na Itália chegou a 2.978 — ou seja, o último dia teve um aumento de 19%, o maior salto desde o início da disseminação do vírus no país europeu.
O número total de casos em solo italiano ultrapassou a marca dos 35 mil e, agora, subiu para 35.713. Trata-se de um aumento de 13,35% em relação à contagem anterior, de acordo com a Agência de Proteção Civil.
Dentre as pessoas que foram originalmente contaminadas pelo novo coronavírus na Itália, 4.025 já se recuperaram totalmente, e outras 2.257 estão sob cuidados intensivos.
Da Redação