Os agentes penitenciários aprovados no concurso de 2016 permanecem acampados em frente a sede do Palácio do Karnak há quatro dias. Segundo o agente George Luz, ao OitoMeia, o Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sinpoljuspi) sinaliza a possibilidade de greve-geral no Piauí, caso os 166 aprovados para integrarem o sistema carcerário não sejam convocados para fazer o curso de formação.
Os agentes estiveram reunidos com o Governo na última quarta-feira (12/06). Na reunião o secretário de Justiça Carlos Edilson e o secretário de Governo, Ósmar Junior dialogaram com a categoria. De acordo com Luz, a promessa foi de que o curso de formação aconteça até o mês de agosto.
“Os secretários informaram que há a possibilidade de que o curso de formação com os 166 agentes que faltam. No entanto, saímos da reunião sem nenhum documento assinado. Apenas com promessas”, destacou o manifestante.
GREVE GERAL NO SISTEMA CARCERÁRIO DO PIAUÍ
Para o agente George Luz o tempo está se esgotando, pois o concurso, realizado em 2016, vencerá nos próximos dois meses. Nesse contexto, o Sinpoljuspi ameaça uma greve em todo o estado. Uma assembleia com os servidores foi marcada para o dia 27 de de junho, até a data o Governo deve apresentar uma nova proposta á categoria.
“Uma greve no sistema penitenciário é algo grave e que gera graves prejuízos ao Estado. Sabemos por experiências passadas que quando os agentes grevam os detentos quebram toda a estrutura penitenciária. Na última que tivemos foi um prejuízo de R$ 2 milhões aos cofres”, alertou o agente.
OS 38 AGENTES QUE NÃO FORAM CONVOCADOS
O Governo pontua ainda estar no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. Entretanto, tenta com a equipe financeira chamar mais agentes com a inauguração da cadeia pública de Altos. A categoria quer a convocação dos 38 agentes que realizaram o curso de formação, mas ainda não foram empregados no sistema carcerário do estado.
O QUE A SEJUS DIZ
O OitoMeia entrou em contato com a Secretária de Justiça do Piauí (Sejus) para pedir esclarecimento sobre o curso de formação que deve ser oferecidos aos aprovados no concurso dos agente penitenciários, realizado em 2016. A Sejus informou à reportagem que se pronunciará sobre o caso em breve.
ENTENDA O CASO
O certame teve mais de 7 mil pessoas inscritas para cadastro de reserva. Na época, seriam aprovados cerca de 400 candidatos, com provas marcadas para setembro de 2016. A responsável pelo teste foi a Nucepe (Núcleo de Concursos e Promoção de Eventos). Porém, o concurso teve vazamento de gabarito e o Ministério Público recomendou a anulação da primeira prova. Em março de 2017, um segundo exame foi marcado, onde os candidatos refizeram o teste.
Os aprovados foram divididos em dois grupos, sendo um com 150 e outro com 166. Eles aguardaram por vários meses, mas nunca eram convocados para iniciar o curso de formação, uma fase necessária para que fossem capacitados para a carreira. Após protestos em frente ao Palácio de Karnak em outubro de 2017, o Governo do Piauí anunciou o início das aulas para 150 desses 316, a partir do começo de 2018.
E após os meses de ensino, outra vez veio a espera. Em maio deste ano, eles voltaram ao Karnak e pediram a nomeação. Como o período eleitoral estava chegando, os aprovados queriam assumir os postos logo e evitar que a resolução ficasse para 2019.
Em junho, a Secretária de Justiça (Sejus) confirmou a convocação de 25 dos 150 aprovados, causando insatisfação por nomear apenas 15% dos que já tinham feito o curso. A grande maioria continuou aguardando ter a vez.
FONTE: Oito Meia
