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Trabalho, riscos e desafios: a luta dos profissionais de saúde de Jaicós contra a Covid-19

A linha de frente tem um número, são 150 profissionais de Jaicós engajados na luta contra um inimigo de risco incalculável.

Reprodução

Em 2020, um ano de profundas mudanças, período turbulento em que fomos forçados a adotar um novo modo de vida, por conta da pandemia de Covid-19, nos vimos na condição de nos distanciar dos riscos, de evitar exposições, de nos isolar. Mas tem um grupo de profissionais que, por conta de sua vocação, tiveram que enfrentar o inimigo na linha de frente, correndo riscos diariamente.

A linha de frente tem um número, são 150 profissionais de Jaicós engajados na luta contra um inimigo de risco incalculável. Profissionais do Centro Covid, Hospital, Atenção Básica (Equipes da Estratégia Saúde da Família e NASF), CAPS e SAMU.

Eles são reconhecidos como heróis, mas também sentem medo, têm limitações e também sofrem. Os profissionais de saúde também passaram pela mesma experiência que todos nós. Na luta contra a Covid-19, muitos temeram e temem por suas vidas ou pelo risco de contaminar seus familiares. Mas é por isso tudo que vemos a vocação deles para o cuidado, quando o lado humano se sobressai perante o medo.

Além do mais, a exposição desses profissionais está muito além da originada pelo vírus, estão expostos ao cansaço físico e mental diariamente.

“O momento em que vivemos em Jaicós é de extrema preocupação. Estamos passando por um grande desafio. Nós como profissionais da saúde observamos um grande aumento no número de casos e sabemos que muitos banalizam e não respeitam as recomendações, como o uso de máscara. Nos faz sentir a sensação de impotência.  Sobre os sentimentos que nos acompanham diariamente, desde o início da pandemia, tem o medo, por nunca sabermos o quanto estamos protegidos o suficiente para não sermos contaminados e contaminar quem amamos. Também sentimos uma mistura de cansaço físico e mental, tristeza, quando mais uma vida é perdida, a alegria, quando um paciente recebe alta e a ansiedade por não saber o que nos aguarda no dia de amanhã”, afirma Ruan Lima, enfermeiro do Centro Covid.

Na sua atuação, os profissionais da saúde são importantíssimos para conter o avanço da Covid-19, com seu trabalho de diagnóstico, acompanhamento por busca ativa, orientação e vacinação. Todos os dias, a Secretaria Municipal de Saúde vem emitindo o boletim epidemiológico com dados da Covid-19 e comunicados orientando a população. No entanto, é preciso que a população valorize esse trabalho árduo, seguindo as orientações.

O trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde de Jaicós e seus profissionais faz com que o município tenha um acompanhamento diferenciado dos casos, fazendo o diagnóstico e busca ativa de pessoas que tiveram contato com esses casos. Para isto, a secretaria dispõe de testes rápidos e swabs para fazer diagnósticos que auxiliam no isolamento dos casos.

A secretaria informa que foram realizados 4.654 testes para Covid-19, número que corresponde a 245 testes a cada 1000 habitantes de Jaicós. Número superior a alguns municípios de referência, como Petrolina-PE (220 testes para cada 1000 habitantes) e Juazeiro do Norte-CE (203 testes para cada 1000 habitantes).

“O maior desafio tem sido tentar educar a população jaicoense quanto às medidas de prevenção e controle da doença, tendo em vista que quanto maior é a ausência de cuidados, maior é o surgimento de novos casos. Além disso, o cansaço físico e mental de estarem diariamente na rotina de plantão, já que os atendimentos só aumentam”, relata o enfermeiro Kainã Mendes, assessor técnico.

“Eu considero maior desafio a inconstância e desconhecimento da doença. Não temos como nos programar, vivemos um dia de cada vez.  Na atenção básica, há mais de dez meses, não fazemos planos concretos para as semanas seguintes, pois não sabemos como a pandemia se manifestará”, afirma Rakel Monteiro, coordenadora de imunização.

Parabenizamos a todos os profissionais da saúde que estão na linha de frente ou que contribuem para o combate à Covid-19.

Entrevista para esclarecimentos com enfermeiro Kainã Mendes, assessor técnico da Secretaria Municipal de Saúde:

Em torno de quantas pessoas trabalham envolvidos na linha de frente (entre atendimentos ou vacinação)?

Para o atendimento e acompanhamento de pessoas, temos em média 150 profissionais dedicados a acompanhar as necessidades da população nesse momento. São médicos, enfermeiros, Técnicos de Enfermagem, Agentes Comunitários de Saúde, Cirurgiões Dentistas, Auxiliares de Saúde Bucal, Fisioterapeuta, Nutricionista, Assistente Social, Recepcionistas, Serviços Gerais, Vigias, Serviço de Copa/Cozinha,  dentre outros.  Vale ressaltar que o trabalho na linha de frente contra a covid-19 não se aplica somente ao atendimento direto aos pacientes, o empenho de toda a equipe tem reflexo durante o processo do cuidado assistencial.

Quanto aos trabalhadores de saúde envolvidos na vacinação da Covid-19, temos 04 profissionais de enfermagem empenhados a seguir as recomendações gerais junto à Coordenação Municipal de Imunização. Não podemos esquecer os profissionais que estão envolvidos com o trabalho da vigilância sanitária, nos quais realizam visitas e inspeções sanitárias aos estabelecimentos comerciais e do corpo técnico administrativo da Secretaria de Saúde (secretária de saúde, coordenações gerais, assessoria técnica, assistência farmacêutica, operadores de sistemas e setor de comunicação) que precisa gerenciar toda a logística organizacional para o enfrentamento da Pandemia e acompanhar os protocolos que precisam ser seguidos pelo município.

Pessoas com sintomas tem acesso a atendimento 24h?

Sim. Os casos suspeitos são atendidos no Centro Covid entre 07 e 19h diariamente. Após esse horário, os casos que eventualmente apareçam ,são atendidos pela equipe de plantonistas do Hospital Florisa Silva.

Como são feitas as testagens? As pessoas com suspeita procuram vocês? É feito busca ativa?

Os testes são realizados de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde. Sendo assim, os pacientes procuram o serviço no Centro Covid (localizado na SEMEJ) ao perceberem que possuem algum sinal sugestivo da doença. Durante avaliação da equipe, é escolhido o melhor exame para cada situação, conforme detalhado a seguir: pacientes entre 2 e 8 dias após o início dos sintomas, é realizado a coleta de Swab nasofaringe para realização do exame RT-PCR, no qual a amostra é encaminhada diretamente ao LACEN (Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí). Nesse caso, o resultado sai em 2 dias. Já para os pacientes que apresentam mais de 8 dias do aparecimento dos sinais e sintomas, é realizado o teste rápido para detecção de anticorpos causados pela infecção do coranavírus, cujo resultado é dado em até 20 minutos. Após o diagnóstico, é feito busca ativa dos contatos considerados suspeitos para facilitar a investigação epidemiológica.

Como é feito acompanhamento de pessoas que estão com Covid-19?

O acompanhamento é feito de acordo com cada situação. Aos pacientes que possuem maior necessidade de acompanhamento, é realizado visita domiciliar. Aos demais, o monitoramento é feito via telefone, conforme preconiza os protocolos do Ministério da Saúde.

Da redação

 

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