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Assaltar e ter cabeças de policiais como troféu; Polícia do Piauí faz maior caçada a bandidos este século

Maio de 2016 marca o período da maior caçada já feita este século pelas polícias do Piauí a uma quadrilha de assaltantes a banco.

De um lado bandidos que têm o prazer de tocar terror, roubar, matar e ostentar que gostam de “cabeças de policiais” (e no sentido literal da palavra: mortos e decapitados), inclusive já tendo feito isso em Pernambuco e Bahia.

Do outro lado: uma polícia aguerrida, há mais de duas semanas no meio do mato, atuando na divisa entre Piauí e Bahia, para tentar acabar com o “novo cangaço” em terras piauienses.

Aliás, nem o antigo cangaço, em épocas de Lampião e congêneres, chegou ao território piauiense. O novo, oriundo do Sertão de Pernambuco, e apoiado por algumas pessoas do Piauí, quer implantar essa filosofia bandida em nosso estado. Conseguirão?

Nesta quarta-feira (18 de maio) foi realizada a prestação de contas da maior operação do ano contra um grupo criminoso no Piauí e a maior ação policial este século no estado contra uma quadrilha de assaltantes de banco. Quase dez armas, metade delas de guerra (as mesmas utilizadas pelo Estado Islâmico), farta munição (superior a de batalhões inteiros da Polícia Militar piauiense) e dinheiro foram apresentados à imprensa.

Toda essa ação foi gerada após a explosão e roubo ao Banco do Brasil da cidade sertaneja piauiense de Curimatá (a longínquos 786 quilômetros ao Sul de Teresina). Mais um. Foi em 05 de maio. Essa é a única região do Piauí em que o novo cangaço continua agindo e tendo êxito nos últimos anos.

A operação que mobiliza mais de cem homens, quase 20 viaturas, dois helicópteros e estrutura de batalha já prendeu seis dos acusados de serem cangaceiros contemporâneos.

Outros cinco acusados foram mortos em confronto com as polícias piauiense, pernambucana e baiana. Elas se uniram para dar fim à mais sanguinária quadrilha de assaltantes de bancos a agir este século no Sertão nordestino.

Ainda há três acusados no meio do mato. Segundo divulgado pela secretaria de Segurança Pública do Piauí estão fortemente armados e com a maior parte do dinheiro roubado da agência bancária.

Segundo o delegado da Polícia Civil do Piauí, Gustavo Jung, membro da GRECO – Comissão de Combate ao Crime Organizado – as mortes dos bandidos ocorreram em confronto com a polícia. “Tentaram nos atingir e tivemos de neutralizar”, disse o jovem delegado que complementa dizendo que bandidos do tipo participam da modalidade novo cangaço e que não respeitam ninguém. “O prazer deles é matar policiais. Eles têm a polícia como troféu”, exemplificou.

O fato da eliminação de bandidos em caçadas policiais continua mais que polêmico. Será que a máxima: bandido bom é bandido morto tem de ser realizada? Ou, assim como o cangaço de cem anos, bandidos tocavam o terror e a polícia respondia a altura, inclusive desfilando com corpos e cabeças dos opositores como se fossem troféus.

A polícia segue uma máxima no Piauí: em cidades em que houveram caçadas homéricas e repressão forte a quadrilhas, como em Picos (a 307 quilômetros de Teresina), no final da década de 1980, como em Simplício Mendes (a 385 quilômetros da capital), no final da década de 1990, e Pedro II (a 206 quilômetros de Teresina), no início do Século XXI, bandidos foram mortos em trocas de tiros e nunca mais ocorreram assaltos à agências bancárias.

POR: Orlando Berti / O Olho

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