Os impactos da pandemia causada pelo novo coronavírus vão muito além da área da saúde, eles permeiam toda a vida social e trouxe muitas mudanças, algumas delas permanentes. Vidas foram ceifadas e muitas pessoas carregarão para sempre as lembranças deste triste período.
Hoje ouvimos membros de uma família jaicoense afetada pela Covid-19. Dona Adelite Martina e sua filha Adjenane Renata Costa nos contaram os momentos de medo e aflição provocados pela pandemia do novo coronavírus, com casos e três óbitos de familiares.
Adjenane diz que, no momento em que os primeiros casos chegaram a Jaicós, todos ficaram assustados. Ela conta que não teve a Covid-19, mas perdeu três familiares em 3 meses, momento de muita tristeza para a família. Alguns meses depois, sua mãe foi acometida pela doença, um período de muita angústia.
“Ficamos muito abalados, muito preocupados porque já tínhamos perdido pessoas. Aquele medo, aquela angústia. E todo dia eu acordava cedo, 6 da manhã, para mandar mensagem para ela, perguntando se ela tinha dormido bem, acordado bem. Foram dias de muita angústia, de muito medo”, conta Adjenane.
Ela diz que agradece e enaltece o trabalho prestado pelos profissionais de saúde de Jaicós. Conta que levou sua mãe ao médico assim que vieram os primeiros sintomas e o mesmo iniciou o tratamento.
“Tem sido um trabalho muito bem feito. Minha mãe começou o tratamento antes de testar positivo. Porque ela teve os sintomas, no dia seguintes levamos no médico e ele já passou o tratamento, disse pra ela começar a tomar e depois fazer o teste. Todas as vezes que precisei, sempre fui muito bem atendida. Só tenho a agradecer até hoje aos profissionais que estão na linha de frente”, relata.
Falamos com dona Adelite Martina, 64 anos, que nos relatou os momentos de angústia vividos por ela e por sua família com a perda de entes queridos e de quando testou positivo para Covid-19.
“O ano de 2020 foi muito difícil para a humanidade. Nós tivemos muitas perdas, foi muito sofrimento. Eu perdi três entes queridos, que foram dois irmãos e uma cunhada. Foi muito difícil, ficamos amedrontados”, revela dona Adelite.
Dona Adelite conta que, após as perdas dos seus entes queridos, testou positivo. Ficou com muito medo e apreensiva, assim como suas filhas. Relata que já estava sentindo os sintomas há três dias, mas que por receio de contar às filhas, que estavam nervosas, só contou com três dias.
“Mas graças a Deus estou aqui pra contar a vitória e pra dizer para as pessoas, para o povo da nossa cidade, que esse mal não acabou. Tem muitas pessoas fazendo festas, aglomeração, andando na rua sem máscara e isso é perigoso. Isso mata. Mata mesmo, porque na minha família foram três. Eu agradeço a Deus por estar aqui, por estar com vida. Quando eu estava com o coronavírus, toda vez que eu me mexia na cama, eu agradecia a Deus. Toda hora eu agradecia a Deus por estar com vida, porque o medo era de não amanhecer nem viva. Eu não senti os sintomas fortes, foram sintomas leves. E o problema não é nem as pessoas que saem. Porque muitas vezes nós de idade mesmo ficamos em casa. Muitas vezes vem pessoas que saem e que andam e trazem pra casa. É isso que eu falo pra população jaicoense, que se previnam, andem com máscara. O vírus está à solta, ele é invisível. Muitas vezes você nem sabe quando tem”, conclui.
Prestamos nossa solidariedade a esta e a todas as famílias daqueles que partiram por conta da Covid-19 em Jaicós.
Da Redação
