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Bumba Meu Boi é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Piauí

A festividade tem suas origens no século XVIII, com forte predominância nas regiões Norte e Nordeste do Brasil

Parte fundamental do folclore popular brasileiro, o Bumba Meu Boi, considerado uma das maiores riquezas culturais do Piauí, foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do estado. A lei nº 8.170, sancionada no início desta semana pelo governador Rafael Fonteles, celebra a história e a tradição do Bumba Meu Boi, mas também preserva essa forma única de expressão artística que é profundamente enraizada em nossa cultura local.

Bumba Meu Boi é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Piauí - (Reprodução/Governo do Piauí)Reprodução/Governo do Piauí

Bumba Meu Boi é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Piauí

Com a lei, todas as manifestações culturais associadas ao Bumba Meu Boi, abrangendo suas danças, músicas, desfiles e apresentações teatrais, foram reconhecidas como patrimônio cultural do Piauí. Esta celebração já havia recebido o título de Patrimônio Cultural do Brasil em 2011, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e mais recentemente, em 2019, foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

O Bumba Meu Boi tem suas origens no século XVIII, com forte predominância nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. As festas encontraram inspiração no “auto do boi”, um conto popular transmitido de geração em geração, narrando a história de Mãe Catirina e Pai Francisco, um casal de escravizados que residia em uma fazenda no sertão.

Festividade surgiu ainda no século XVIII - (Reprodução/Governo do Piauí)Reprodução/Governo do Piauí

Festividade surgiu ainda no século XVIII

O enredo conta que, grávida, Catirina anseia pela língua do boi mais belo do dono da fazenda. Para satisfazer o desejo de sua esposa, Pai Francisco rouba e mata o animal, retirando a língua para saciar o desejo de Catirina. Um vaqueiro, ao descobrir o roubo e a morte do boi, avisa seu patrão, desencadeando uma série de eventos.

Os primeiros registros oficiais do Bumba Meu Boi, datados do Maranhão, revelam que essa festividade era inicialmente uma celebração predominante entre os negros. Em 1861, a manifestação cultural chegou a enfrentar uma proibição, levando a uma paralisação de sete anos. No entanto, a tradição cultural prevaleceu, ressurgindo posteriormente para se tornar uma das expressões mais enriquecedoras do patrimônio cultural brasileiro.

‘Cabeça de Cuia’ também deve ser reconhecido como patrimônio cultural

Além do reconhecimento do Bumba Meu Boi, o Piauí continua a preservar suas riquezas culturais ao aprovar o Projeto de Lei 193/23, que declara a lenda do ‘Cabeça de Cuia’ como Patrimônio Cultural Imaterial do estado. A votação favorável aconteceu no Plenário da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (3), com o deputado Francisco Limma (PT) como autor da proposição.

Para o deputado Limma, declarar uma manifestação como patrimônio cultural é essencial para a preservação de “práticas e domínios da vida social que se manifestem em saberes, ofícios e modo de fazer, celebrações, formas de expressões cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas”.

‘Cabeça de Cuia’ também deve ser reconhecido como patrimônio cultural - (Reprodução/Flickr)Reprodução/Flickr

‘Cabeça de Cuia’ também deve ser reconhecido como patrimônio cultural

A lenda do “Cabeça de Cuia” narra a história de um jovem chamado “Crispim”, que ao matar a sua mãe, foi amaldiçoado a viver 49 anos nas águas do Rio Parnaíba. O personagem, descrito como alto e magro, morreu afogado no rio, mas, segundo a lenda, emerge durante as cheias do rio. A história diz que a maldição só acabaria quando o jovem devorasse sete virgens Marias.

O mito popular se baseia em elementos culturais e históricos da região piauiense e traz reflexão sobre a preservação dos rios, da fauna e da flora. Em Teresina, o Cabeça de Cuia é homenageado através de escultura no Parque Ambiental Encontro dos Rios, localizado no bairro Poti Velho, zona norte da capital.

Portal O Dia

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