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Teresina tem quase 95 mil consultas médicas em atraso, segundo o Ministério Público

Segundo a FMS, o problema de demanda reprimida de consultas especializadas e exames pelo SUS é uma situação nacional por conta da pandemia de Covid-19.

Durante audiência pública convocada pelo Ministério Público do Piauí (MP-PI) na última terça-feira (26), a Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que 40% dos pacientes não comparecem às unidades de saúde para os atendimentos médicos e exames. Estima-se que haja na capital uma fila de espera para quase 100 mil consultas.

A audiência tinha como objetivo questionar a Fundação exatamente a respeito de soluções para a longa fila de espera de pacientes em busca de atendimento na rede municipal de saúde de Teresina.

Segundo a Diretoria Executiva de Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria da FMS, o problema de demanda reprimida de consultas especializadas e exames pelo SUS é uma situação nacional por conta da pandemia de Covid-19, onde alguns atendimentos foram suspensos para que a rede credenciada pudesse priorizar a assistência para os casos de Covid.

Segundo o promotor Eny Pontes, até o mês de março de 2022, Teresina tinha uma fila de espera por atendimento com mais de 58 mil exames e 94 mil consultas médicas. Ainda segundo o promotor, esse problema é crônico na cidade, e a situação agravou ainda mais após a pandemia, quando os atendimentos eletivos foram paralisados.

“ É Importante ressaltar que esse é um problema crônico, não é de agora e foi agravado com a pandemia, período onde tivemos suspensão de atendimentos e os atendimentos ficaram focados na Covid” explicou o promotor.

Ainda segundo o promotor, o órgão apresentou soluções a curto e longo prazo para minimizar os impactos das longas filas para população.

“A FMS apresentou algumas soluções imediatas e outra a longo prazo. A FMS alega que grande parte das consultas não são realizadas pela ausência, falta mesmo do paciente. Paciente é notificado da realização do exame ou da consulta e não comparece. Os dados da FMS giram em torno de 40% e pra tentar diminuir a abstenção, a FMS tá criando e se propôs a implantar em 30 dias um aplicativo para que facilite esse contato direto com o paciente na véspera do exame ou da consulta ” explicou o promotor.

Além do aplicativo, segundo o promotor, a FMS informou que vai realizar mutirões de atendimentos médicos especializados, e a Zona Rural será a primeira contemplada com a ação, mas a data para realização do evento não foi informada. Além disso, o órgão ainda informou que pretende realizar concurso público, mas também não há data.

Em resposta, a FMS informou as propostas que estão sendo avaliadas pela Fundação para diminuir a fila de exames e consultas. Entre elas estão a realização de chamamento público de empresa para aumento da oferta de consultas e exames, realização de mutirão para procedimentos ambulatoriais e também a criação de um aplicativo para envio de mensagem via celular para a confirmação de consulta evitando assim o não comparecimento do usuário no dia e hora agendado.

Especialidades com maior demanda

 

Promotor Eny Pontes fala sobre fila de espera para atendimento médico na rede pública de saúde em Teresina — Foto: Rede Clube

Promotor Eny Pontes fala sobre fila de espera para atendimento médico na rede pública de saúde em Teresina — Foto: Rede Clube

O promotor contou ainda que neurologia e ortopedia são as áreas com maiores demandas para atendimento de consultas, com mais de 12 mil pessoas esperando na fila.

“De consultas é neurologia, de ortopedia principalmente, a fila é grande, em torno de 12 mil pessoas. Nós temos também de ginecologia, são várias especialidades. A gente não pode dizer que uma tenha mais demanda que outra porque depende de cada caso, e assim, tudo é urgente” finalizou o promotor.

FONTE: G1 PI

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