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Presídios no Piauí estão 98,9% acima da capacidade e 53% dos presos são provisórios

Os dados, coletados junto aos governos dos 26 estados e do Distrito Federal, expõem uma das principais falhas no sistema penitenciário: a da ressocialização dos presos no Brasil.

De acordo com um levantamento do G1, os presídios do Piauí estão 98,9% acima da capacidade. Ao todo são 4.811 detentos em todos os regimes, sendo que 4.753 presos estão ocupando vagas no sistema prisional, que conta apenas com 2.390 vagas. Em fevereiro do ano passado, a superlotação chegava a 71,8%, com 4.486 presos para 2.611 vagas.

Um ano após uma ligeira queda na superlotação, os presídios brasileiros voltaram a registrar um crescimento populacional sem que as novas vagas dessem conta desse contingente. O percentual de presos provisórios também voltou a crescer, segundo mostra o levantamento realizado dentro do Monitor da Violência, feito com base nos dados dos 26 estados e do Distrito Federal.

Outro dado alarmante sobre a situação do Piauí refere-se ao número de presos provisórios. No estado 53% das vagas são ocupadas por pessoas acusadas de um crime, mas que não foram julgadas. É um total de 2.517 presos provisórios nos presídios piauienses. Há um ano eles chegaram a representar 60,4% da massa carcerária.

Casa de Custódia de Teresina tem a maior superlotação entre os presídios do Piauí — Foto: Divulgação/OAB-PICasa de Custódia de Teresina tem a maior superlotação entre os presídios do Piauí — Foto: Divulgação/OAB-PI

Casa de Custódia de Teresina tem a maior superlotação entre os presídios do Piauí — Foto: Divulgação/OAB-PI

Os dados, coletados junto aos governos dos 26 estados e do Distrito Federal, expõem uma das principais falhas no sistema penitenciário: a da ressocialização dos presos no Brasil.

O levantamento mostrou que 1.924 presos do Piauí estudam, o que representa 40%. Apenas 820 detentos trabalham, equivalente a 17%.

Os dados levantados pelo G1 são referentes a março/abril, os mais atualizados do país. Atualmente, são 708,5 mil presos nas penitenciárias de todo o Brasil. O número passa de 750 mil se contabilizados as pessoas em regime aberto e os detidos em carceragens da polícia.

O último Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), do governo, é de junho de 2016 – uma defasagem de quase três anos. Havia, na época, 726.712 presos no total.

O levantamento do G1 dentro do Monitor da Violência é uma parceria com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

FONTE: G1

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