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Fibromialgia: 30% dos pacientes diagnosticados têm depressão ou ansiedade

Problema crônico atinge cerca de 2,5 milhões de brasileiros

Imagine você estar se sentindo bem e, de repente, ser atacado por uma dor profunda em alguma parte do seu corpo. Essa é a realidade das mais de 2 milhões de pessoas que enfrentam diariamente os desafios impostos pela fibromialgia, uma condição que se caracteriza por dores crônicas e generalizadas em pontos específicos da musculatura.

“Esse é um problema prevalente especialmente no sexo feminino, e pode acometer até 2,5% da população brasileira. É preciso destacar que a fibromialgia não é uma doença, mas uma síndrome de dor crônica, que pode acontecer em membros inferiores, superiores ou na coluna”, explica a reumatologista Ângela Freitas. 

30% dos pacientes com Fibromialgia têm depressão ou ansiedade - (Freepik)Freepik

30% dos pacientes com Fibromialgia têm depressão ou ansiedade

A síndrome, que muitas vezes não tem uma causa prioritariamente dita, está diretamente relacionada aos distúrbios do humor, uma vez que 30% dos pacientes diagnosticados com o problema têm depressão ou ansiedade. “Sabemos que há fatores genéticos que influenciam, além de disfunções hormonais. Com a condição, existe um processamento anormal da dor no sistema nervoso central. Além disso, pacientes que têm depressão ou ansiedade têm maiores riscos de ter dores musculares”, afirma a doutora.

Quem convive com a condição crônica há sete anos é a cabeleireira e empreendedora Jamila Ribeiro, de 49 anos. Ao Jornal O DIA, ela conta que foi diagnosticada em 2016 e que, desde então, enfrentou diversos outros problemas, como a depressão. “Além das dores crônicas, cheguei a ter ansiedade e síndrome do pânico. Eu fiquei sabendo que tinha esse problema quando estava enfrentando uma crise de dor e fui fazer acupuntura. Lá, fui diagnosticada”, lembra.

Sintomas da Fibromialgia - (Reprodução)Reprodução

Sintomas da Fibromialgia

Geralmente, o diagnóstico de fibromialgia acontece quando o paciente apresenta uma dor difusa que prevalece por mais de três meses. Além da dor, o médico especialista avalia outros sintomas, como fadiga, distúrbios do sono e alterações cognitivas, que também devem ser persistentes.

“Durante o diagnóstico, para diferenciarmos se a dor se trata de fibromialgia ou outra condição, nos baseamos na história contada pelo paciente e no tempo em que ele enfrenta a dor. Realizamos exames físicos e avaliamos se há sinais de doenças inflamatórias e edemas. Isso nos ajuda a diferenciar. Cerca de 80¨dos casos nós conseguimos direcionar após avaliação”.

Ângela FreitasReumatologista

Para controlar as dores que aparecem abruptamente, Jamila Ribeiro utiliza medicações farmacológicas. De acordo com a reumatologista Ângela Freitas, essa é uma das maneiras de tratar o problema. No entanto, a realização de atividades físicas e uma alimentação balanceada são essenciais para o controle diário das dores.

“Costumo dizer que os remédios não irão resolver todos os problemas. Já o tratamento não farmacológico é o pilar do tratamento, pois envolve outros profissionais, como o fisioterapeuta, que atua nas dores durante as crises. Além disso, exercícios físicos devem ser realizados no mínimo três vezes por semana, o que vai ajudar na resistência e dor que o paciente sente“, destaca.

Dra. Ângela Freitas fala sobre fibromialgia  - (Reprodução/Youtube)Reprodução/Youtube

Dra. Ângela Freitas fala sobre fibromialgia

Além de não ser possível definir uma causa específica para a fibromialgia (quando não se trata de hereditariedade), também não é possível prevenir ou controlar os possíveis fatores de risco. Todavia, manter uma rotina de atividades físicas, como aeróbico ou musculação, é importante para evitar qualquer tipo de doença.

“É preciso que as pessoas também evitem ficar muito tempo na mesma postura e realizar movimentos repetitivos em excesso. É importante também realizar pausas a cada hora. E, claro, cuidar da saúde mental, ter lazer e fazer algo que alivie o estresse emocional”, enfatiza a doutora.

Por ser uma condição crônica, a fibromialgia não tem cura. Mesmo que o paciente continue tratando o problema, momentos de crise e recaídas podem acontecer durante o processo. “Buscamos deixar o paciente tranquilo de que ele não tem uma doença. Nós tratamos a dor e orientamos a pessoa acometida. O controle do problema não é 100%, mas conseguimos resolver parcialmente para que essa pessoa possa viver de forma mais normal possivel”, finaliza a Dra. Ângela Freitas.

Portal O Dia

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