A população de vários municípios piauienses ainda sofre com abastecimento de água devido à irregularidade de chuvas. O período chuvoso deste ano, apesar de maior que o de 2016, não foi suficiente para suprir alguns dos principais reservatórios do estado, fazendo com que cidades como Pedro II sejam obrigados a passar por um rigoroso racionamento.
De acordo com um levantamento feito pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas no Piauí – Dnocs, e repassado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, dos 34 principais reservatórios de água do estado cinco estão com estado bastante crítico.
Para se ter idéia da gravidade a Barragem de Joana, que abastece a cidade de Pedro II, hoje está com apenas 3,28% (o que representa 350.000m3) de sua capacidade total, que é de 10.070.000m3. Devido à situação os mais de 38 mil pedrossegundenses vêm sendo obrigados a conviver com irregularidade no abastecimento de água. “O talão está vindo mais caro do que quando caia água”, reclama Maria Angélica Uchôa, dona de casa, 34 anos.
“Aqui em casa ninguém lava mais banheiro. Me levanto de madrugada para olhar se tem água. Outras pessoas que conheço têm de ficar acordadas de meia noite pra frente pra tentar pegar dois baldes de água. Quando cai água aqui em casa só dá pra encher um tambor por causa da água que vem fraca. Ainda tem gente pior que eu aqui, que tem que pagar gente para encher os reservatórios a 40, 50 e 60 reais, é o preço de um tambor de 1000 litros”, acrescenta ela.
A Barragem de Piaus, situada em São Julião e que abrange as cidades de Pio IX, Fronteiras, Campo Grande e Vila Nova do Piauí, vive a mesma situação. Na de Piaus o volume atual é 3,83%, ou 4.000.000 m3, longe da capacidade total, que é de 104.509.970m3.
“Nós temos duas situações distintas com relação à capacidade de nossas barragens aqui no Piauí. Temos grandes barragens acima de 70% da capacidade, como a Jenipapo em São João do Piauí; Pedra Redonda em Conceição do Canindé; Mesa de Pedra, em Elesbão Veloso, por exemplo. Em contrapartida temos cinco ou seis barragens que estão preocupando. Por exemplo, a de Joana, em Pedro II, está abaixo dos 4% de sua capacidade. A Barragem de Piaus, que tem a adutora de Piaus e abastece cinco municípios: Pio IX, Fronteiras; São Julião e outros, também está na mesma situação, com menos de 4% do volume total”, explicou o superintendente de recursos hídricos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Romildo Mafra.
Mesmo diante da grave situação o secretário garante “não há risco de desabastecimento onde essas barragens estão abaixo da capacidade média”, mas alerta “o governo vem orientando para que as pessoas afetadas racionem”.
Além do racionamento, a saída para evitar o desabastecimento total das regiões afetadas vem sendo a perfuração de poços e fornecimento de água através de carros-pipa.
“Foi estabelecido um teto máximo per capita de consumo de água nos municípios afetados, quem ultrapassa esse teto é multado; estamos entrando também com fornecimento através de carros-pipa e perfuração de poços”, disse Romildo.
Confira as outras barragens com volume crítico de abastecimento:
– Algodões II, município de Curimatá–Rio Curimatá.Capacidade: 240.000.000 m3. Volume atual:28.000.000 m3 ou 11,34% do volume total.
– Petrônio Portela, São Raimundo Nonato – Rio Piauí. Capacidade:181.248.100 m3.Volume atual:8.000.000 m3 ou 4,41% da capacidade total;
– Poços, Simplício Mendes – Riacho Salinas.Capacidade: 911.400 m3 de água.Volume atual: 200.000 m3 ou 21,94% do volume total.
FONTE: Portal AZ
