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Joesley detalha entrega de mala com R$ 500 mil a Ciro Nogueira

BRASÍLIA — Como parte de sua nova leva de depoimentos à Polícia Federal, o empresário e delator Joesley Batista, da J&F, deu mais detalhes aos investigadores sobre as acusações feitas contra o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), no anexo complementar da colaboração premiada entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR) no dia 31 de agosto do ano passado. Ouvido pelo delegado Cleyber Malta Lopes, que cobrou detalhes do delator em sua narrativa, Joesley contou sobre a entrega de uma mala com R$ 500 mil ao parlamentar.

O depoimento foi prestado no último dia 6 de abril, no âmbito do inquérito para apurar as suspeitas de omissões dos delatores do Grupo JBS após a revelação de diálogos gravados acidentalmente entre Joesley e o ex-diretor da J&F Ricardo Saud. Dentre os episódios que não haviam sido citados na leva de depoimentos de maio do ano passado estava o de Ciro Nogueira

Em seu relato, o empresário delator contou que, em 17 de março do ano passado, houve uma reunião entre ele, Saud e o senador por volta das 19h. O encontro teria sido gravado “para registrar os diálogos e tratativas de entrega de R$ 500 mil para Ciro Nogueira, o que de fato ocorreu”. Segundo Joesley, a mala foi entregue por Saud para Ciro Nogueira na garagem da casa do empresário, em São Paulo.

O senador foi um dos alvos de uma operação da PF deflagrada na terça-feira, por determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). A pedido da PGR, foram feitas buscas nas residências do senador em Brasília e em Teresina, que chegaram a encontrar R$ 200 mil em dinheiro em espécie . Segundo a defesa do parlamentar, parte do valor foi declarado e parte era da mulher do senador.

A PGR suspeita que Ciro teria atuado para tentar obstruir as investigações da Operação Lava-Jato contra ele por meio de ameaças e até pagamentos a um ex-asssessor dele que vem colaborando com as investigações. Ciro está na Europa e nega as acusações.

Ao todo, Joesley está dando mais detalhes sobre 32 anexos complementares apresentados no ano passado, que reforçam as acusações de sua delação inicial, homologada em maio. Além disso, está trazendo novos documentos sobre os acertos criminosos com vários políticos e seus operadores financeiros.

FONTE: O Globo

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