Após a morte súbita em crianças fazer três vítimas no Piauí, uma outra fatalidade chamou atenção: a morte súbita do enfermeiro da Maternidade Dona Evangelina Rosa, Guilherme Sousa Rodrigues, de 39 anos, enquanto praticava atividade física em uma academia no bairro Acarape, zona Norte de Teresina.
O que diz a medicina
Diante disso, conversamos com o médico cardiologista especialista em arritmologia, Dr. Eurípedes Ferreira A. Mendes, onde ele explicou as principais causas da morte súbita em jovens que vão até os 35 anos e adultos. Pois segundo o médico, a partir de 35 anos a causa mais prevalente de morte súbita no âmbito cardiovascular, é o infarto agudo do miocárdio.
“Menos de 35 anos, que são os adultos mais jovens, as causas mais comuns são fatores genéticos, que pré-dispõe uma arritmia cardíaca grave, ou a pessoa nasceu com alguma má formação congênita, que são várias. Algumas são detectadas na gestação ou quando a criança nasce. Mas a grande questão são as que não são perceptíveis. Em geral, quem apresentar sintoma ao esforço isso deve chamar atenção para uma avaliação médica”, conta.
Sinais de alerta
Eurípedes conta ainda que doenças relacionadas a arritmias provocam alterações no eletrocardiograma, mas as vezes não aparecem no repouso, e sim durante esforços ou em períodos em que a pessoa esteja dormindo, ou até mesmo em períodos de febre, o que requer avaliações de outros exames complementares para que seja avaliado os riscos.
“A forma mais comum de ser prevenida a morte súbita é ficar atento a qualquer adulto jovem, com menos de 35 anos ou criança, que tenha sintoma aos esforços, ou que tenha tonturas ou desmaios, e acelerações cardíacas. Outra coisa muito importante é ao se submeter a alguma atividade física, fazer uma avaliação pré-participação, para checagem”, destaca o médico.
Tratamento
Doutor Eurípedes Ferreira destaca ainda, que as formas de tratamento são específicas para cada caso de cardiopatia.
“O tratamento depende de qual cardiopatia a pessoa tem. Existem arritmias que possuem tratamento medicamentoso, outras necessitam de ablações, ou do dispositivo cardiodesfibrilador implantável que evita a morte súbita. Com as congênitas existem tratamentos cirúrgicos e outras que são mais acompanhamentos mesmo”, ressalta.
Relação morte súbita e o novo coronavírus
Eurípedes comenta que ainda não é possível estabelecer relação entre o vírus da Covid-19 e mal súbito, pois ainda não há nenhuma comprovação direta.
“O que se tem são pessoas que apresentaram formas graves do vírus e podem ter o acometimento do coração, como outro órgão também. É muito comum o coronavírus atingir além do pulmão como rim também, além do coração o que não é muito frequente. O que se tem visto é que mais pessoas estão tendo doenças cardiovasculares, e a possível razão é a ausência nas consultas e avaliação por conta do medo de ir ao pronto-socorro”, conclui o arritmólogo.
FONTE: Oito Meia