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Desempregada, faxineira divide comida com 7 filhos: ‘Não fiquei com fome porque pedi para a vizinha’

Por conta da pandemia de Covid-19, Elane Borges não encontrou mais serviço em Teresina. Antes, ganhava R$ 500. Ela narrou drama: "A gente não chora na frente deles [filhos], mas por trás a gente chora".

Mãe de sete filhos, Elane Borges ficou sem emprego desde março, quando a pandemia de coronavírus iniciou. Faxineira, ela ganhava cerca de R$ 500 por mês, mas sem o serviço viu as dificuldades em casa aumentarem quando parou o trabalho.

À TV Clube, Elane contou que só não ficou com fome porque pediu para a vizinha. Ela narrou que chora por causa da situação, mas não na frente dos filhos.

“Só não fiquei mais com fome porque eu pedi para a vizinha. Ela me deu um prato de comida e dividi com meus filhos. É ruim. O filho pede uma coisa e você não tem, é ruim, dói muito”, narrou Elane.

Elane Borges  — Foto: TV Clube

Elane Borges — Foto: TV Clube

Quando a reportagem da TV Clube foi até a casa de Elane, não tinha gás de cozinha.

“A gente vê os filhos pedindo as coisas. A gente não chora na frente deles [filhos], mas por trás a gente chora. Chora muito”, disse.

Elane Borges é vítima do desemprego no país. A pandemia de coronavírus afetou, principalmente, os trabalhadores autônomos. Segundo a Superintendência Regional do Trabalho no Piauí, houve no mês de maio o pedido de mais de 7 mil seguros-desempregos. Teresina, capital, teve 68% das solicitações. Em abril, foram mais de 5 mil pedidos do benefício.

Elane Borges  — Foto: TV Clube

Elane Borges — Foto: TV Clube

Diferente de Elana, Carmeci Cruz ainda luta para conseguir dinheiro. Ela é vendedora. Por conta da crise, fechou a loja onde vendia calçados. Para sobreviver, faz encomenda dos produtos através de aplicativo. Mesmo assim, os negócios caíram 90%. “A mercadoria vai ser toda perdida”, disse.

Segundo o boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, o Piauí tem 421 mortes pela Covid-19. São mais de 12 mil casos confirmados.

Não há no Piauí uma data de quando as atividades econômicas poderão retornar. Um decreto do governo do estado decretou o isolamento social até o dia 22 de junho, com a liberação apenas de serviços essenciais. O programa da retomada do comércio e outros setores está ainda em estudo e depende, segundo o governo, da diminuição dos casos e mortes de Covid.

FONTE: G1 PI

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