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Em greve, professores do Estado acampam por tempo indeterminado no Palácio de Karnak

Os professores reivindicam que o reajuste referente a 2019 no valor de 4,17%  seja aplicado no contracheque da categoria e um reajuste para 2020 no valor de 12,84%.

Cerca de 150 professores da rede estadual iniciaram nesta quarta-feira (4) acampamento em frente ao Palácio de Karnak, sede do governo do Estado. Segundo o Sindicato dos dos Trabalhadores em Educação (Sinte), a manifestação quer forçar um diálogo com o governador sobre a greve da categoria, que já dura quase um mês.

Os professores reivindicam que o reajuste referente a 2019 no valor de 4,17%  seja aplicado no contracheque da categoria e um reajuste para 2020 no valor de 12,84%. A proposta do governo foi de aplicar o reajuste em forma de auxílio alimentação.

“Estamos montando esse acampamento da resistência por tempo indeterminado e só vamos sair daqui quando o governador Wellington Dias apresentar uma proposta viável para 2019 e 2020”, afirmou a presidente do Sinte, Paulina Almeida.

A categoria deflagrou greve no dia 10 de fevereiro e se recusa a iniciar o período letivo antes que haja uma negociação.

“O governo enviou uma proposta à Assembleia Legislativa mas está condicionada à LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e não tem data de entrar no nosso contracheque. Sem contar que a proposta é para o auxílio alimentação que não contempla os aposentados e pensionistas. A proposta não atende à demanda da categoria”, afirmou Paulina.

A movimentação deve continuar nesta quinta-feira (5) nas imediações no Karnak. Segundo o Sinte, 85% da categoria está parada. O sindicato garante que o movimento não vai afetar os 200 dias letivos previstos em lei.

Transporte escolar e merenda

Outra pauta de reclamação dos professores diz respeito ao transporte escolar. A professora de José de Freitas, Gorete Campos, conta que adesão à greve no município é alta.

“Agora no final do último período letivo, muitos estudantes estavam fazendo  vaquinha, pedindo dinheiro aos professores pra poder pegar ônibus ou pra por gasolina na moto porque o transporte escolar não estava funcionando. Sem contar a merenda, os estudantes vêm da zona rural e só tem biscoito com leite na escola”, reclama a professora.

Cartazes contra Bolsonaro geram polêmicas

Cartazes pedindo a saída do presidente Jair Bolsonaro  criaram desgastes entre os manifestantes. Um grupo de professores criticou a presença dos cartazes e considerou como “fora de foco” as manifestações. Para os professores, as palavras de ordem devem devem focar no executivo estadual.

As reformas da previdências aplicadas pela União e pelo governo do Estado aproximaram as críticas entre os servidores públicos ao governo do PT no Piauí  e a gestão de Bolsonaro.

Seduc

Em nota, a  Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informa que está monitorando a paralisação para garantir que, tão logo esse impasse seja resolvido, as aulas sejam repostas nas unidades que aderiram ao movimento, garantindo o cumprimento dos 200 dias letivos obrigatórios e evitando prejuízo aos estudantes.

“O Governo do Piauí, por meio das Secretarias de Governo, Administração e Educação, sempre esteve aberto ao diálogo e na terça-feira, 03 de março, esteve reunido com a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí (Sinte-PI). No encontro, foi apresentada a proposta de reajuste da categoria, que encontra-se para ser aprovada na Assembleia Legislativa”.

A Seduc ressaltou que  “o projeto de lei para o reajuste dos salários dos professores da rede estadual de ensino traz um aumento de 4,17% para servidores ativos, inativos e administrativos e mais auxílio alimentação de 4,31% para professores ativos. Com a medida, o menor valor a ser percebido pelo professor 40 horas em atividade ficará em R$ 3.303,68, bem acima do Piso Nacional do Magistério, que é de R$ 2.886,00. Cabe destacar, ainda, que esse será o piso do professor Classe A e que 95% dos professores piauienses que estão em sala de aula têm salário inicial acima de R$ 3.750,00”.

FONTE: Cidade Verde

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