Este 13 de Novembro é reservado no calendário para celebrar o Dia Mundial da Gentileza, uma ideia que surgiu numa conferência realizada em Tóquio no ano de 1996, passando a valer formalmente a partir do ano 2000, com a intenção de inspirar pessoas a criarem um ambiente e uma vivência de cordialidade e empatia entre as pessoas. O grupo Movimento das Pequenas Gentilezas do Japão reuniu diversos grupos de diferentes países que propagavam a gentileza em suas nações e apresentou a proposta. E ela se espalhou pelo mundo, e mais do que nunca, hoje, precisando exercitá-la.
Tal ideia decorreu da constatação de que o advento da internet e suas redes sociais – criadas para no intuito de ampliar a comunicação entre as pessoas, num conceito de globalização-, vem servindo, na realidade, para isolar os seres humanos em verdadeiros guetos, onde o contato pessoal, como se dava no passado, passou a ser cada vez mais difícil.
Para a professora de filosofia Suze de Oliveira Piza, o problema está vinculado ao individualismo. De acordo com ela, vivemos em uma sociedade com discursos e práticas em que as pessoas se preocupam apenas consigo mesmas. “Temos um individualismo exacerbado, ao mesmo tempo em que não encontramos os indivíduos refletindo sobre si”, explica. Para ela, esse tipo de postura impede que os indivíduos sejam pessoas plenas e altruístas. E, portanto, mais completas, felizes.
Segundo Suze, a falta de gentileza e o individualismo são fatores que se agravam através do tempo. “Com a busca cada vez maior por status social e financeiro, as pessoas acabam deixando em segundo plano as relações afetivas para priorizar a relação com o dinheiro”, afirma.
Segundo filósofos, estudiosos e pensadores, a gentileza é um conceito amplo. Engloba iniciativas que vão desde dispor livros para pessoas enquanto aguardam em um ponto de ônibus até juntar um grupo de voluntários para limpar pichações. Ou juntar-se em grupos para a prática da solidariedade, socorrendo gente que precisa mais do que outras. Ou apenas se cumprimentarem, se abraçarem, trocarem sorrisos e apertos de mão.
É gentil ceder assento para gestantes, idosos ou para uma pessoa com criança no colo. Sorrir para um estranho que passa por você, apenas pelo prazer de sorrir. Estender a mão para uma pessoa com dificuldade nas ruas. Enfim, podemos ser gentis de tantas formas…
“Gentileza e boa vontade estão relacionadas à felicidade, e as pessoas que tentam ser mais gentis no dia a dia tendem a experimentar mais emoções positivas e se tornam mais alegres. A gentileza está ligada ao gene que libera a dopamina, neurotransmissor que proporciona bem-estar”, concluiu estudo realizado pela Universidade Hebraica, de Israel, em 2005, sobre o mecanismo que explica essa relação.
Para construir uma sociedade mais justa, cidadã e gentil, é preciso retomar antigos hábitos. Atitudes como abraçar alguém, elogiar um trabalho bem feito, dar bom dia ao porteiro do prédio, ajudar o outro sem esperar nada em troca são maneiras práticas e efetivas de exercitar a gentileza com todos, em todas as ocasiões, em todos os lugares. E todos ficam mais completos e felizes.
No Brasil, a música do “Dia é Gentileza”, de Marisa Monte, passou a ser o símbolo do Dia Mundial da Gentileza.
