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‘Piauí vive um colapso no sistema de saúde por falta de leitos de UTI’, diz pesquisador do COE

No fim de semana, mais de 40 pacientes com Covid-19 e em estado grave enfrentaram uma fila de espera para uma vaga na UTI.

O pesquisador e membro do Centro de Operações Emergenciais (COE), Emídio Matos, declarou que o Piauí já vive um colapso no sistema de saúde hospitalar por falta de vagas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). O estado soma 180.475 casos confirmados e 3.504 óbitos pelo novo coronavírus.

No último fim de semana, mais de 40 pacientes com Covid-19 e em estado grave enfrentaram uma fila de espera para conseguir leitos no Piauí. Na manhã de sábado (6), por exemplo, Teresina atingiu 98,69% de ocupação de UTI para Covid, com apenas três leitos disponíveis.

“No Piauí, os dados atualizados até sábado é de 84% de ocupação de leitos em todo o estado, mas com algumas regiões já em colapso. Isso inclui os Territórios entre Rios, que é coordenado por Teresina. Com colapso no sistema hospitalar em UTI”, apontou Emídio, que também faz parte do Núcleo de Saúde Pública da Universidade Federal do Piauí.

O pesquisador também informou que a taxa de ocupação do Hospital Infantil Lucídio Portela é de 44%. Embora a taxa seja baixa, há crianças na UTI. Emídio reforçou o apelo para um esforço coletivo de contenção e prevenção à Covid-19, respeitando as medidas de segurança.

Aumento de casos graves deixa pacientes aguardando por vagas de UTI

Aumento de casos graves deixa pacientes aguardando por vagas de UTI

A diretora Luciana Silveira, da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Satélite, Zona Leste de Teresina, descreveu o atual perfil dos pacientes que ocupam os leitos de UTI na unidade são de jovens, em estado avançado da doença. Nesse domingo (8), a fila por uma vaga de UTI na UPA chegou a oito pessoas.

Para Luciana Silveira, o principal problema na saúde é que as pessoas não estão cumprindo o isolamento e o resultado disso é o número de casos de coronavírus. Ela destacou que os pacientes de hoje apresentam sintomas mais graves do que antigamente.

“O nosso perfil ultimamente tem sido pacientes que demoram muito para procurar atendimento médico. Passam de três a cinco dias com sintomas, mas deixam para procurar atendimento quando a situação já está grave. E o principal problema que enfrentamos é o não cumprimento do isolamento social por parte da população”, contou.

UPAs de Teresina estão lotados com pacientes de Covid — Foto: Reprodução/TV Clube

UPAs de Teresina estão lotados com pacientes de Covid — Foto: Reprodução/TV Clube

Outra situação que contribui para a lotação de leitos públicos, de acordo com a diretora Luciana, é a vinda de pacientes da rede hospitalar privada. Até mesmo pessoas com plano de saúde, quando precisam de pronto-socorro recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS).

“Muitos pacientes estão vindo da própria rede particular. Estão vindo por falta de vagas na rede hospitalar privada”, destacou Luciana.

Secretarias anunciam novas vagas

Presidente da FMS fala sobre fila de espera por vagas de UTI em Teresina

Presidente da FMS fala sobre fila de espera por vagas de UTI em Teresina

O secretário estadual de saúde Florentino Neto afirmou, na manhã desta segunda-feira (8), que o estado do Piauí já conta com 217 leitos ativos e exclusivos para pacientes com Covid-19. Segundo ele, são 17 leitos a mais comparado ao mesmo período do ano passado. Contudo, o secretário disse que a taxa de ocupação está muito elevada.

“Nós não temos mais aquela realidade de termos a solicitação de um leito de UTI e imediatamente fazer a liberação desse leito. Neste final de semana, nossa fila de espera em determinado momento chegou a ter mais de 40 pacientes”, contou o secretário.

Ao G1, o presidente Fundação Municipal de Saúde (FMS), Gilberto Albuquerque, anunciou que novos leitos de UTI devem ser abertos até a próxima semana na capital. Ele destacou que com as novas vagas, o Hospital Getúlio Vargas (HGV) atinge o limite de leitos de alta complexidade, que é de 50 pacientes.

Serão abertos 15 leitos no Hospital de Urgência de Teresina, que passará a ter 33 leitos Covid, e mais cinco leitos no Hospital do Dirceu, que somará 20 leitos. Com a suspensão das cirurgias eletivas no HGV, mais 10 leitos foram abertos.

“Mesmo com todas essas medidas sendo tomadas, elas não estão acompanhando a necessidade. Haja visto, que todas as nossas UPAs hoje tem paciente Covid esperando transferência para UTI. Ainda bem que nós montamos estruturas de UTI em todas elas. A perspectiva é que depois do dia 15 de março essa situação de dificuldade ainda continue. Esse é o período mais crítico que nós temos dessa pandemia”, declarou Gilberto Albuquerque.

FONTE: G1 PI

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