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Médicos e deputados discutem acesso ao tratamento contra Câncer de Mama no PI

A saúde da mulher, com foco no acesso ao tratamento contra o Câncer de Mama no Piauí, foi tema de audiência pública nesta terça-feira (30/05), na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi). Entre médicos, parlamentes e representantes do poder público, um verdadeiro diagnostico sobre a realidade enfrentada por pacientes no estado, foi exposto no plenário a fim de encontrar soluções.

O cirurgião-geral, mastologista e presidente da Fundação Maria Carvalho Santos, doutor Luiz Ayrton Santos Júnior, lembrou que nos anos 90, no Piauí, a média de pacientes com a doença chegava a 110 mulheres por ano. Hoje, esse número beira a casa dos 600 a 630 mulheres com a doença.

“Isso demonstra claramente, ao longo dos anos em que iniciamos o tratamento de câncer de mama em nosso Estado, que a doença é ascendente. E sem contar com as subnotificações, que por ventura, ainda hoje acontecem. Então, temos que incluir as mulheres do Piauí, nas mulheres curadas”, explicou.

O mastologista disse ainda que o Piauí está incluindo entre os estados onde ainda se têm tumores avançados, o que leva o número de mulheres no Estado, com dados para câncer de mama avançado e que esse é um desafio enorme. Luiz Ayrton comparou as mulheres atendidas por planos de saúde e pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nesse caso, a demora no tratamento diminui a eficiência do tratamento.

“A nossa realidade muda, quando o SUS absorve as drogas novas e que estão sendo utilizadas em outros países e com sucesso, no tratamento das mulheres”, afirmou o mastologista sobre a importância de integração de medicamentos no tratamento do SUS.

O representante do Hospital São Marco, o maior em referência quando se trata de atendimento a pacientes com câncer no Piauí, o médico Antônio de Pádua, também participou da audiência e levantou pontos que dificultam o diagnóstico e tratamento da doença, como o número de mamógrafos disponíveis e a burocracia.

“Não adianta sair com mamógrafos em toda cidade do interior, a manutenção é cara, precisa de especialista que faça radiologia mamária, estamos muito longe do ideal que se pratica em um país sério, perdemos nos resultados e no diagnóstico precoce”, lamenta. “Criaram a regulação que em principio é boa, mas o que acontece que é projetos magníficos não são implementados na totalidade, não funcionam”, pontuou sobre o atendimento burocrático.

O poder Executivo da capital, recebeu da Câmara Municipal de Teresina, segundo o vereador e médico, Luiz Lobão (PMDB), a proposta de criação do Hospital da Mulher.

“Com o Hospital da Mulher será possível o atendimento especializado. Será uma maneira de prevenir não apenas o câncer de mama, mas também de ovário e de várias outras patologias”, frisou. Lobão lembra que a proposta já está sendo incluída no Plano Plurianual da capital, que segue em discussão.

“Gostaria que aqui os doutores encaminhassem para esta casa o que nós podemos fazer, como nós podemos contribuir, a Assembleia tem sua atuação, mas acredito que de alguma forma podermos contribuir”, com essa fala o presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, Themístocles Filho, encerrou a audiência pública.

FONTE: Oito Meia

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