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35% dos casos de câncer estão relacionados com alimentação

Uma alimentação saudável aliada com atividades físicas regulares e uma série de medidas saudáveis tem grande poder de prevenir doenças, inclusive, o câncer. Os alimentos que combatem a doença são, principalmente, vegetais, frutas e cereais integrais, devido a substâncias específicas, como os antioxidantes que protegem as células do organismo ajudando a combater e a evitar o aparecimento de câncer.

De acordo com o médico oncologista André Luis, o câncer é uma alteração das células normais que provoca mutações no material genético, fazendo com que a célula cresça de forma incontrolável e se divida rapidamente, invadindo tecidos e órgãos, formando tumores. Segundo ele, com o auxilio de uma alimentação saudável pode-se trabalhar melhor a prevenção da doença.

“A alimentação nas últimas décadas mudou muito e esse padrão tem haver com o aumento da doença. Existem dados clínicos que mostram que aproximadamente 35% dos casos de câncer estão relacionados com a alimentação”, afirma o médico. O profissional explica que existe uma relação direta da alimentação e estilo de vida de uma forma geral tanto com a incidência do aparecimento de novos casos de câncer, como o risco da doença voltar, pois o padrão de alimentação influencia a saúde futura da pessoa.

Praticamente todos os alimentos frescos e não industrializados trazem benefícios à nossa saúde, quando consumidos na quantidade correta. Alguns deste alimentos têm como benefício o combate ao câncer. Os alimentos ricos em gordura, açúcares e carboidratos, como pães, bolachas e carnes vermelhas gordurosas são responsáveis por tornar o sangue mais ácido, inflamam as células e desequilibram a insulina e o colesterol, por isso, devem ser evitados.

Um terço dos casos de câncer podem ser evitados

O oncologista André Luís afirma que cerca de um terço de todos os casos de câncer podem ser evitados com uma alimentação saudável. Se aliado com outros fatores como tabagismo, obesidade e sedentarismo, esse número pode representar 50% dos casos de câncer que poderiam ser evitados.

“Sem dúvidas a prevenção ainda é o melhor tratamento e quem já teve câncer no passado deve ter uma preocupação ainda maior com os alimentos”, destacou.

Oncologista André Luis (Crédito: João Allbert)
Oncologista André Luis (Crédito: João Allbert)

Peso acima do recomendado pode aumentar o risco de certos tipos de câncer, incluindo o câncer de cólon, de esôfago e câncer de rim. Ele ressalta que o combate à obesidade deve ser intensificado e cita como exemplo os casos de mulheres obesas que já tiveram câncer de mama. Elas possuem um risco maior por causa do seu peso corporal.

O padrão da dieta deve ser monitorado, já que existem refeições que são relacionadas com o surgimento da doença ou a sua recorrência como os alimentos gordurosos, carnes vermelhas, alimentos processados e outros.

Os fatores dietéticos, assim como os demais conhecidos como a exposição a produtos químicos, poluição, cigarros são responsáveis por aumentar os riscos de lesão nas células que podem futuramente levar ao desenvolvimento de um tumor.

Check-up

Ele lembra que é importante ter a preocupação de sempre realizar um check-up no sentindo de prevenção e detectar doenças no início, aumentando a probabilidade de cura com tratamento mais simples, menos agressivo e doloroso.

“Todo paciente que teve ou tem câncer precisa de um acompanhamento nutricional, porque às vezes só a mudança no padrão de alimentação tem um impacto na sobrevida maior do que todo tratamento que a gente faz com quimioterapia, radioterapia. Às vezes, só a alimentação é tão importante do que tudo que nós temos na medicina para oferecer”, esclarece.

Alimentos ajudam na redução de riscos de doenças

Existem alimentos considerados protetores contra o câncer como as frutas, verduras, hortaliças, fibras, alimentos naturais de origem vegetal possuem uma capacidade bem evidente de proteger contra o aparecimento da enfermidade. Toda essa alimentação vai servir para reforçar o sistema imunológico.

“Uma alimentação balanceada provêm de todos os nutrientes e vitaminas que são necessárias para o desenvolvimento da imunidade da pessoa. Dessa forma, você consegue que o próprio organismo consiga se defender de uma doença neoplásica”, destacou o oncologista André Luís.

 (Crédito: Editoria de Infografia/JMN)
(Crédito: Editoria de Infografia/JMN)

A nutricionista Lays Arnaud afirma que alguns alimentos, além de fornecerem energia e proteínas ao organismo, podem desempenhar benefícios a uma ou mais funções do corpo e desta maneira são relevantes tanto para o bem-estar e a saúde quanto para a redução do risco de uma doença. Tais benefícios se devem à presença de compostos biologicamente ativos (compostos bioativos) nestes alimentos.

Ela lembra que o consumo regular de sementes oleaginosas (nozes e castanhas) ricas em ácidos graxos monoinsaturados está envolvido na manutenção e redução do peso, além de reduzir as taxas de colesterol.

O consumo de feijão também está relacionado a uma ação hipocolesterolemiante devido as características especificas da proteína do feijão bem como a presença de fibras saponinas e compostos fenólicos. Alimentos ricos em gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas como o azeite de oliva e os peixes de água salgada estão relacionados à melhora no perfil lipídico.

“A soja além de ser considerada anticancerígena, é apontada como alimento cardioprotetor devido as suas propriedades estarem relacionadas a redução do colesterol LDL e Triglicerídeos, tais efeitos são atribuídos a presença de diversos compostos bioativos como: isoflavonas, saponinas, frutooligossacarídeos, fitoesterois, dentre outros”, declarou.

A nutricionista afirma que a ingestão de alimentos ricos em fibras solúveis e insolúveis (fonte: cereais integrais, frutas e vegetais), e ricos em probióticos ou probióticos (iogurte e leite fermentado acrescentado de probióticos e probiótico) estão associados ao controle do peso e das taxas de colesterol, aumento da resposta imune, proteção contra a colonização gastrointestinal por patógenos e também com a prevenção de câncer, principalmente no trato gastrointestinal.

O consumo de alimentos ricos em compostos antioxidantes está relacionado a prevenção do câncer, exemplos de alimentos ricos nesses compostos são: o tomate, mamão, pitanga, goiaba e melancia ricos em licopeno e outros carotenoides, o suco de uva integral rico em antocianinas, o chá verde. berinjela, frutas como uva, cereja, amora e jabuticaba e o chocolate amargo, ricos em flavonoides.

Alimentos industrializados

A profissional alerta que os alimentos industrializados devem ser evitados pois, são ricos em corantes e conservantes que possuem ação cancerígena, além disso esses alimentos são ricos em gordura trans-saturada que além de ser apontada como cancerígena promovem o desenvolvimento de concentração de colesterol no sangue e obesidade. “Alimentos ricos em gordura saturada, colesterol e carboidratos simples devem ser consumidos com moderação visando o controle do peso e a prevenção de colesterol alto e diabetes tipo 2”, destaca.

Uma alimentação saudável deve possuir todos os nutrientes necessários para o organismo (carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais) e além disso rica em compostos biologicamente ativos, capaz de promover a qualidade e a manutenção da saúde, os efeitos podem ser a curto, médio e longo prazo. Incluindo, maior disposição e atenção no trabalho e estudos aumento da imunidade e maior resistência a infecções, melhora no funcionamento intestinal redução da retenção de líquidos, melhora no estado inflamatório, adequação do peso, prevenção de doenças crônicas não transmissíveis cardiovasculares, diabetes tipo 2 e câncer dentre outras, promovendo um aumento na expectativa de vida da população.

Prato deve ser colorido

A nutricionista Juliana Carla, afirma que um prato colorido com alimentos saudáveis e não industrializados são a melhor solução para combater e prevenir as diversas formas de câncer. De acordo com ela, quanto mais cor no prato, mais nutrientes os alimentos contêm, ajudam a manter o peso, o que também contribui a manter um organismo saudável.

Ela ressalta que a ligação entre alimentação e o surgimento ou agravamento de doenças está cada dia mais evidente. No caso do câncer, não só o consumo em excesso e por longos períodos de alguns alimentos, como até mesmo o modo de prepará-los, pode colaborar para que a doença surja. Neste grupo entram os alimentos processados como linguiça, salsicha, bacon e até o peito de peru que contêm quantidades consideráveis de nitritos e nitratos. Essas substâncias, em contato com o estômago, viram nitrosaminas, substâncias consideradas mutagênicas, capazes de promover mutação do material genético, além disso esses alimentos usam muito sal para serem preservadas e isso aumenta a exposição a agentes que podem causar câncer.

“A busca pela qualidade de vida e bem estar é uma preocupação cada vez mais presente no conjunto da sociedade. Alimentação e qualidade de vida caminham juntas. A boa saúde é fundamental para o bem-estar e o desenvolvimento econômico e social sustentável. Não é possível deixar de considerar a alimentação como fator fundamental da saúde das pessoas”, orienta.

Ela acrescenta que a alimentação correta, saudável, equilibrada e com suficiente aporte de calorias e nutrientes é essencial qualidade de vida. “Boa alimentação conjugada com hábitos saudáveis, como a prática de atividade física, são fatores essenciais na promoção da saúde e prevenção de doenças”, pondera.

Alimentação em favor da saúde

A estudante de Arquitetura, Álina Servio, se tornou vegetariana vegana há pouco mais de dois meses, desde então não come carne nem derivados do leite. Para ela, além de um ato de proteção e respeito à vida dos animais, o regime alimentar é um ponto inicial para iniciar uma nova etapa da vida, pois é o momento em que passa a ter uma melhora na sua qualidade de vida e na própria autoestima.

Aos 20 anos, a jovem relata que sempre lutou contra a balança e chegou a se submeter a diversos tipos de dietas que prometiam ajudar na perda de peso, mas na verdade só a fazia mal. “Eu buscava saúde, porque a carne e todos os derivados são um ácido para o nosso organismo. Eu fui estudando e querendo ou não quando você coloca um alimento no seu corpo você acaba levando toda a energia daquele alimento para você”, afirmou a estudante.

Ela conta que além do controle de peso e da gordura corporal, pode sentir também que a sua imunidade melhorou, os resultados do regime pode ser notado até mesmo em sua pele. “Antes eu viva em dieta maluca e desde que eu me tornei vegetariana vegana eu não tenho mais isso por que meu corpo responde bem a tudo que consumo”, revelou.

Atualmente, sua dieta baseia-se em legumes, cereais e massas, por isso seu corpo associa melhor a ingestão desse tipo de comida. “É como se fosse um controle de forma natural”, completa.

FONTE: Meio Norte

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