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Reforma Política: deputados do Piauí são favoráveis ao sistema de lista fechada

Audiência sobre a Reforma Política (Foto: Jéssica Kamila/ OitoMeia)

Na manhã desta segunda-feira (03/04), três deputados federais do Piauí compareceram a uma audiência pública  sobre a reforma política no Brasil, no plenário da Assembleia Legislativa do Piauí. Participaram os deputados Marcelo Castro (PMDB), Assis Carvalho (PT) e Rodrigo Martins (PSB). A audiência foi proposta pelo deputado estadual Evaldo Gomes (PTC) para que os deputados federais pudessem esclarecer as dúvidas sobre a reforma política.

Os três parlamentares se mostram favoráveis a implantação do modelo de lista fechada, que seria uma forma em que o eleitor votaria apenas no partido e este seria responsável por selecionar que político assumiria a vaga. Nesse modelo, as legendas mais votadas apresentariam ao eleitorado, antes do pleito, os nomes dos candidatos em uma lista com ordem pré-estabelecida.

MARCELO CASTRO

Deputado Marcelo Castro (Foto: Jéssica Kamila/ OitoMeia)

Marcelo Castro, que foi relator da reforma política na Câmara dos Deputados, disse que, atualmente, mais de 60% dos países do mundo adotam o sistema distrital misto em que os eleitores escolhem metade dos parlamentares através de eleições nos distritos em que são divididos os estados e a outra metade através do voto proporcional.

Marcelo Castro declarou que o sistema eleitoral brasileiro é uma bagunça em que o eleitor “vota em João e elege Pedro”, deixando de lado a ideologia partidária. Ele citou o exemplo da eleição de 2014 no Piauí quando, segundo ele, o atual deputado federal Heráclito Fortes(PSB) foi beneficiado com os votos recebidos pelo ex-deputado federal comunista Osmar Júnior, mesmo tendo ideologias diferentes.

“O sistema existente no Brasil promove a fragmentação partidária, por isso temos um Congresso com 35 partidos e outros 30 partidos estão tentando se regularizar junto à Justiça Eleitoral”, declarou o presidente do PMDB, Marcelo Castro, assinalando que a mudança para o sistema distrital misto deve ocorrer gradualmente, por isso só valeria a partir das eleições de 2026.

Em relação à lista pré-ordenada de candidatos, Marcelo Castro afirmou que não se pode falar em lista fechada, como vem sendo noticiado pela imprensa, porque os eleitores saberão os nomes dos postulantes aos mandatos parlamentares. “Dizem que a lista servirá para beneficiar os políticos envolvidos na Lava-Jato, mas isto não tem sentido, porque nenhum partido vai colocar candidato ficha suja para disputar a eleição”, declarou ele.

ASSIS CARVALHO

Deputado Assis Carvalho (Foto: Jéssica Kamila/OitoMeia)

O deputado Assis Carvalho também é a favor do modelo de lista fechada e afirmou que todos do Partido dos Trabalhadores também apoiam esse sistema.

“O modelo que está agora no país é uma realidade que vem com uma distorção. Precisamos ter um equilíbrio. Eu acho que o modelo de lista, que eu chamo de lista partidária, é o mais transparente. Você conhece o nome e os partidos e tem o direito de escolha de realmente ter no parlamento quem você quer. Porque o que acontece no Brasil hoje é que você vota em um candidato, mas depois quem fica no parlamento é outro que não foi aquele que o eleitor escolheu, esse é um sistema oculto. O PT como um todo defende o sistema de lista partidária, esse é um modelo que está implantado em vários países do mundo”, falou o deputado Assis Carvalho.

RODRIGO MARTINS

Deputado Rodrigo Martins (Foto: Jéssica Kamila/ OitoMeia)

“Eu estou ainda dando uma estudada mais aprofundada no assunto, mas ao meu ver a lista pode ser implementada desde que o eleitor realmente saiba de fato os nomes que estará votando. Não vejo nenhum motivo para que ela não seja aceita”, disse o deputado Rodrigo Martins.

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