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‘Efeito bumerangue’: Teresina não tem condições para suportar “crise do Covid-19” que se espalha em cidades do interior, diz comitê

Bonfim deixou claro que a Prefeitura de Teresina tem ampliado a capacidade de atendimento dentro do limite da e responsabilidade ao cidadão da capital; Canindé criticou atitude de prefeitos de cidades do interior

Membro do Comitê Gestor de Medidas Para Enfrentamento da Pandemia Coronavíris Covid-19 de Teresina, Washington Bonfim, afirmou em entrevista coletiva nesta sexta-feira (03/06), que a capital não tem condições de suportar uma “crise” por conta do aumento de casos de coronavírus em cidades do interior do Piauí.

A declaração veio após o alerta feito pelo Comitê Científico de Combate ao Coronavírus do Consórcio Nordeste, sobre o ‘efeito bumerangue’, decorrente do processo de interiorização dos casos de Covid-19, uma tendência verificada em maio e concretizada no mês de junho.

Questionado se esse ‘efeito bumerangue’ poderia se intensificar após a reabertura da atividades do comércio a partir da próxima segunda-feira (06), Bonfim deixou claro que a Prefeitura de Teresina tem ampliado a capacidade de atendimento dentro do limite da e responsabilidade ao cidadão da capital. Ele classificou como “injusto” que se espere que pacientes de outras cidades sejam atendidos por hospitais municipais da capital e pontuou ser de responsabilidade do Governo do Estado o atendimento aos demais municípios.

“Teresina sozinha, como rede de saúde, não tem condições de suportar uma crise maior vinda de 200 outros municípios do estado do Piauí. É preciso que a rede hospitalar estadual esteja preparada para isso. Chega a ser injusto com a cidade de uma maneira geral e com a gestão, colocar sobre os ombros da Prefeitura, essa responsabilidade. Não tenho dúvida que o Governo do Estado, que faz parte do Comitê Nordeste, está atento a isso”, explicou. 

Washington Bonfim, membro de Teresina (Foto: OitoMeia)

SECRETÁRIO CRITICA GESTÃO DE PREFEITOS

O secretário de Finança de Teresina, Francisco Canindé, que também respondeu perguntas durante a coletiva desta sexta, criticou a atitude dos demais prefeitos das cidades do interior do Piauí, que recentemente decidiram reabrir o comércio de maneira geral, diferente da capital, que vai abrir de forma gradual e sem pressa. Ele atribuiu aos gestores a responsabilidade pelo aumento na taxa de transmissão de 1,3 para 1,5, e que fez com que o governador Wellington Dias (PT) decidisse prorrogar o decreto de isolamento social até 6 de julho.

” Há algumas semanas o Governo apresentou um índice de contaminação baixo e depois houve uma subiu e claramente podemos inferir que parte disso foi porque o prefeito, sozinho,  achou por bem que poderia abrir o comércio. E depois esse efeito bumerangue se mostrou. Teresina tem essa demanda de boa do Piauí e Maranhão e aí mostramos o exemplo prefeito Luciano Leitoa que está fazendo um trabalho semelhante o de Teresina. É importante que todas as cidades do interior também façam”

Francisco Canindé, Secretário de Finanças de Teresina (Foto: Divulgação)

De acordo com Canindé não adianta que Teresina faça o “dever de casa”, enquanto demais municípios decidam pela flexibilização de suas respectivas cidades de “qualquer jeito” e sem levar em conta nenhum critério técnico.

“Com uma estrutura de saúde como a do nosso estado não é possível que algumas prefeituras de aventurem fazer isso de qualquer jeito e sem nenhum contato. Não adianta nos de Teresina fazermos nosso dever de casa e outras cidades que não tem nenhuma capacidade de atender o paciente com um grau de complicação maior sem nenhum critério técnico”, completou.

Centro de Campo Maior: esta é uma das cidades que já flexibilizou e reabriu o comércio (Foto: Reprodução)

EFEITO BUMERANGUE

Segundo o boletim divulgado pelo Consórcio Nordeste, os casos confirmados da doença no interior do Nordeste estão dobrando em uma proporção que chega a ser duas vezes maior que as capitais. O boletim indica que as curvas da doença no Ceará, Piauí e Maranhão “ainda não mostram claramente a ocorrência de um pico ou platô”.

“Este Comitê continua vendo com extrema preocupação qualquer iniciativa de relaxamento social, tanto no Nordeste como no Brasil, que não se baseie nos critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”, diz outro trecho do documento.

 

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FONTE: Oito Meia

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