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Descoberta prática de grilagem de terra do Piaui

A investigação apurou que a organização tinha influência no cartório da cidade de Luís Correia, e atuava para tentar regularizar as terras depois da expulsão dos posseiros.

O Gaeco apontou um empresário da região identificado como Francisco Araújo, conhecido como “Araujinho”, como líder da organização. Segundo o promotor, o empresário financiava o pagamento de propinas, e tinha grande interesse nas terras a serem griladas.

Segundo o Gaeco, dois advogados agiam como intermediários do empresário: Luís Nunes Neto e Apoena Almeida. Os dois teriam atuado nos terrenos, junto com os policiais, para expulsar os moradores, e buscavam proteger o esquema de possíveis investigações da Polícia Civil.

“Luís Neto tinha trânsito muito grande dentro da Polícia Civil. Tanto que ficou constatado que o delegado anterior, que presidia a investigação acerca dessas milícias e dessa grilagem, foi transferido abruptamente para outra cidade enquanto um delegado escolhido pela organização criminosa seria o responsável por tocar o inquérito policial e fazer a vontade desses malfeitores, de levar a investigação para o arquivamento”, explicou o promotor Rômulo.

Um mandado de prisão contra Luís Neto chegou a ser expedido pela Justiça, mas não foi cumprido porque o advogado não foi encontrado em sua casa. Uma nova investigação foi aberta para apurar a possibilidade de vazamento de informações, já que Luís teria sido avisado sobre a chegada dos policiais.

Já o advogado Apoena Almeida, de acordo com o promotor Rômulo Cordão, teria participado para criar uma história para barrar a investigação. “Na prática, houve uma conversa entre Apoena e Francisco Araújo no sentido de deixar a responsabilidade dos atos nas costas do capitão Galeno”, disse.

A investigação apurou que a organização tinha influência no cartório da cidade de Luís Correia, e atuava para tentar regularizar as terras depois da expulsão dos posseiros. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa de gestores do cartório durante a operação Terra Nullius.

“Eles querem dar um manto de legalidade nessas terras, através de documentos que foram expedidos pelo próprio cartório para poder revender essas terras”, disse o promotor Rômulo Cordão.

Fonte: G1

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