Destaque

Piauí registrou 5 acidentes por dia em 2016

acidentes ocorridos nas rodovias do Piauí resultaram em 41 mortes ao longo do ano passado. Foram 1.527 acidentes, que apresentam uma média de cinco ocorrências por dia. Dentre os vários tipos de acidentes, a colisão traseira teve o maior número de registros, com 262 casos. Mesmo com os elevados números, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) comemora o sucesso obtido em relação aos números de 2015. Na Operação Réveillon a redução no número de acidentes foi de 58%, e as mortes nas estradas piauienses caíram pela metade.

A PRF atribui a queda nos índices de acidentes e mortes às ações educativas e operações de fiscalização que estão sendo realizadas com maior intensidade. A Operação Rodovida, que acontece a nível nacional, teve início em dezembro e segue até março deste ano. O objetivo é reduzir o número de acidentes e mortes em todo o Brasil. “Tivemos sucesso com as operações realizadas em 2016, percebemos uma diminuição nos números de ocorrências mais graves e pretendemos agora focar na Operação Carnaval para que este número seja ainda menor”, ressalta o superintendente substituto da PRF-PI, Doriedson Viana.

O levantamento realizado pela PRF mostra ainda que 1.492 pessoas tiveram ferimentos leves ou graves nas estradas do Piauí. Foram registradas 68.483 multas, sendo 7.645 referentes a condutores ou passageiros de motocicletas que não estavam utilizando o capacete, o que representa mais de 10% das autuações. Ao contrário do que se imagina, as colisões frontais não são tão frequentes, mas geralmente resultam em vítimas fatais. Para evitar esse tipo de acidente, alguns países aderiram às rodovias duplicadas e diminuíram os índices deste tipo de ocorrência.

As boas condições das estradas e o desejo de chegar mais rápido ao destino fizeram com que 2.475 motoristas fossem flagrados dirigindo acima do limite de velocidade. Segundo o inspetor Doriedson, a fiscalização já chegou a registrar velocidades próximas a 200km/h. “Muitos motoristas tendem a estabelecer um desafio próprio sobre o menor tempo para chegar ao destino. É preciso que eles lembrem que estão conduzindo suas famílias, ou se não, está colocando a própria vida e a vida de outros em risco. A viagem não é só chegar ao destino, mas o retorno dele também. Não adianta querer diminuir sua viagem em dez ou quinze minutos e no final causar uma tragédia”, destaca.

É comum que a maioria dos acidentes aconteçam próximo ao destino por conta do anseio do condutor em chegar o mais rápido possível. A maioria dos acidentes que aconteceram no Piauí durante as festividades de final de ano, foram em trechos próximos às cidades. “Quando o motorista percebe que está chegando ao seu destino, tende a relaxar, descuidar da segurança e o acidente acontece. Não se pode relaxar quando o assunto é segurança”, alerta o inspetor.

Animais na pista

A PRF-PI possui duas equipes que realizam a fiscalização de apreensão de animais nas rodovias do estado. Considerado a segunda maior causa de acidente nas estradas piauienses, durante a operação de final de ano foram apreendidos 40 animais em apenas um dia de fiscalização no litoral. Em 2016, 984 animais foram apreendidos nas rodovias do estado Quando identificados, os proprietários dos animais podem ser autuados, presos ou podem responder judicialmente, dependendo da situação causada.

As equipes têm se esforçado no intuito de orientar os agricultores sobre a gravidade do ato que muitas vezes é considerado normal. “Alguns agricultores soltam os animais por ter total desconhecimento de que esse simples gesto já se caracteriza como crime. Quando alertados, muitos argumentam que, com a seca, seus pastos não são suficientes para alimentar os bichos, não possuem condições financeiras para comprar ração e deixar o animal livre para buscas alimento acaba sendo a única opção”

Uma das grandes dificuldades enfrentadas pela Polícia Rodoviária é a identificação dos proprietários dos animais. “Boa parte desses animais não possuem marcas de identificação e dono não se manifesta porque sabe da responsabilidade que vai ter que assumir. Mas no momento das apreensões sempre aparecem curiosos e a gente aproveita para explicar sobre os riscos”, explica Doriedson.

Os animais apreendidos são encaminhados para fazendas cedidas pelo Estado. Um levantamento está realizado na região sul do Piauí para que a fiscalização seja intensificada também nesta região, que apresenta um grande número de carcaças na pista e um número elevado de atropelamento de animais.

Consumo de bebida alcoólica

Em uma roda de amigos, quando o assunto beber e dirigir é discutido, é comum algumas pessoas afirmarem que dirigem ainda melhor quando estão sob efeito do álcool, o que é segundo os inspetores da PRF, é pura ilusão. “Por isso nas palestras a gente trata sobre o consumo de bebidas alcoólicas. No Brasil, e principalmente no Nordeste, os jovens estão iniciando o consumo de álcool muito cedo. Não existe mais a orientação e fiscalização dos pais em relação a este assunto. Antigamente a consciência das famílias sobre os prejuízos causados pela bebida alcoólica e o respeito que os filhos tinham aos seus pais evitava muita coisa”

Alguns condutores questionam os inspetores da PRF sobre o tempo de ação da bebida no organismo, o que não é possível determinar, já que cada organismo se comporta de maneira diferente em relação ao álcool. “Já tivemos caso em que o condutor foi autuado por embriaguez ao volante, teve o veículo apreendido e quando retornou no dia seguinte, mais de nove horas depois, ao realizar o teste de alcoolemia, ainda apresentava um índice alto. Então não tem como saber em quanto tempo o álcool será totalmente eliminado do corpo”.

Não há tolerância para o consumo de álcool no trânsito. No caso do teste do bafômetro, o limite para que o condutor não seja multado é de 0,04mg. Até 0,33mg o condutor é notificado, e a partir de 0,34mg a pena é de detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão temporária da carteira de motorista ou a proibição permanente de se obter a habilitação.

Excesso de peso

A fiscalização da PRF retirou mais de 10 mil toneladas excedentes das rodovias do Piauí em 2016, o que equivale a cerca de 400 carretas, se considerar que cada veículo tem a capacidade de carregar em média 27 toneladas. O excesso de peso dos veículos de carga apresentam um grande risco para graves acidentes. “Um veículo com carga acima da sua capacidade, ao subir uma ladeira, por exemplo, não resiste ao peso e pode retornar na pista ou até mesmo capotar. Fica difícil manter o controle de um veículo nessa situação”, explica Jonas da Mata.

Uso da Cadeirinha

Para preservar a integridade física da criança durante o transporte em veículos, é importante usar cadeiras certificadas que sejam apropriadas ao tamanho e ao peso da criança e que se adaptem devidamente ao automóvel.

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, transportar crianças em veículo automotor sem a devida segurança estabelecida configura-se como infração gravíssima, cuja penalidade é multa no valor de R$ 191,54, e a Medida Administrativa é a retenção do veículo até que a irregularidade seja sanada.

No ano passado, a PRF registrou 351 autuações por transporte de crianças sem a cadeirinha no Piauí. Um acidente envolvendo o filho do prefeito do município de Alegrete, ocorrido em abril de 2016, chamou a atenção para a necessidade do uso da item. A criança, única vítima fatal, foi encontrada no acostamento da pista, o que indica que foi sacada para fora do veículo.

Lei dos Faróis

Uma lei federal que entrou em vigor em julho de 2016 determina que o farol seja usado em todas as rodovias, mesmo durante o dia. Após uma suspensão temporária, a lei voltou a vigorar e, de acordo com a PRF, os condutores estão atentos à nova determinação. De acordo com o Doriedson, cerca de 95% dos condutores já estão conscientes da necessidade do uso dos faróis acesos. Alguns veículos são adaptados para acender os faróis no momento em que a ignição é acionada.

O jeitinho brasileiro também tem colaborado para habituar o condutor a cumprir a nova regra. Muitos deles estão colocando avisos no volante para evitar o descumprimento e uma consequente multa. “É como na época que o uso do cinto de segurança se tornou obrigatório. As pessoas precisaram de um período de adaptação, e hoje todos sabem da importância do uso desse acessório”.

Em relação ao uso do cinto de segurança, 3.040 pessoas foram flagradas sem a utilização do acessório no ano passado.

Conscientização

Apesar das constantes ações dos órgãos ligados ao trânsito, os números de infrações ainda são considerados elevados. De acordo com o inspetor, a conscientização de adultos é uma tarefa complexa. “Infelizmente a andragogia, que é o ensinar ao adulto, é muito complicado, porque a gente pega pessoas que já têm opinião formada e temos que convencer, orientando que aquela situação não é a ideal. Já realizar esse trabalho com criança é bem mais fácil e eficaz, por isso nossas ações educativas ultimamente são voltadas principalmente para esse público. É uma ação preventiva”

No município de José de Freitas as escolas têm se engajado nas ações educativas voltadas para o trânsito, e convidam com frequência a equipe da PRF para ministrar palestras.

Para evitar que o condutor seja penalizado, a PRF desenvolve ações educativas e desenvolve projetos como o projeto Cinema Rodoviário onde condutores e passageiros assistem à apresentações que demonstram a responsabilidade de cada um e a forma correta de se comportar no trânsito. Em 2016, 10.847 pessoas assistiram às palestras através do Cinema Rodoviário no Piauí.

Penalizações têm caráter educativo

Embora seja algo desagradável, que gera um prejuízo financeiro, e muitos considerem inclusive como uma indústria, as penalizações no trânsito possuem um caráter educativo. A multa acontece a partir do momento em que há o descumprimento do Código de Trânsito. “É natural do ser humano querer quebrar regras, ultrapassar limites, e as penalizações existem para fazer com que o conduto sinta no bolso a consequência de não ter cumprido as regras, que só existem com o objetivo de organizar e garantir a seguranças para todos”, afirma o inspetor Jonas da Mata.

Cuidados

Quando se pensa em viajar, mais curto que seja o trecho, é preciso alguns cuidados para assegurar que tudo transcorra bem. No caso de viagens a longa distância e desconhecimento do trecho que será percorrido, o condutor pode pegar orientações junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) ou nos postos da PRF mais próximos, onde será orientado sobre o melhor caminho a ser utilizado e as condições das estradas que levam ao destino desejado.

Através do site da PRF é possível adquirir o contato com todos os postos do país.“A principal orientação que damos ao motorista que deseja pegar a estrada é sempre planejar sua viagem. Quando falamos nisso não nos referimos apenas aos cuidados com o veículo, mas principalmente em relação ao próprio condutor. É preciso calcular a distância que vai percorrer, a resistência do condutor, a possibilidade de ter um condutor reserva, a possibilidade de parar em determinados lugares para descansar, além da situação dos pneus, motor, sistema de iluminação e itens obrigatórios”, finaliza o inspetor.

FONTE: Meio Norte

Comentários
Etiquetas

Artigos relacionados

Fechar