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Reitor da UFPI pede ajuda da bancada federal para reverter cortes de verbas pelo MEC

Só a verba para funcionamento das instituições federais deve sofrer um corte de 45%.

Enquanto Bolsonaro esquecia DEUS e mudava o bordão – “Brasil e Estados Unidos acima de tudo. Brasil acima de todos” – no beija-mão texano, a bancada federal do Piauí se mobilizava para engrossar o coro dos descontentes, professores e estudantes, na sua grande maioria, chamados de “imbecis inúteis” pelo capitão reformado em coletiva em Dallas (EUA), onde se refugiou para não ter que falar sobre a acusação do Ministério Público do Rio de Janeiro, contra o filho senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) de comandar uma organização criminosa [quando era deputado estadual no Rio] que lavou milhões de reais usando operações fictícias no mercado imobiliário. Flávio Bolsonaro é suspeito dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. E já há no Senado Federal quem fale em cassação de mandato.

Na manhã desta sexta-feira (17), os deputados federais Assis Carvalho (PT), Flávio Nogueira (PDT), Júlio César (PSD), Margarete Coelho (PP), Merlong Solano (PT) e Rejane Dias (PT), além do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Themístocles Filho (MDB) participaram de uma reunião com o reitor da Universidade Federal do Piauí, Arimatéia Dantas, no gabinete da Reitoria da UFPI, para discutir o desbloqueio urgente das verbas para as universidades e institutos federais.

“A UFPI iniciou o ano sem dívidas e hoje a capacidade de investimento é quase zero. Hojea realidade do nosso orçamento é semelhante a situação do IFPI e dasdemais instituições pelo Brasil. Nós ficamos otimistas em discutir junto aos deputados e vamos atuar em cojunto na defesa dos institutos federais e das universidades públicas de ensino superior”, explicou o reitor.

A dificuldade deve começar a surgir a partir do mês de junho, previu Arimatéia Dantas. “Tivemos a liberação de 40% do orçamento. Desses 40% liberados, 95% já foi empenhado, resta muito pouco para concluirmos o primeiro semestre e precisamos de imediato da liberação de limite de empenho. Em seguida, a partir de julho, precisamos do desbloqueio do restante para que possamos chegar até o final do ano”, avisou o reitor.

Reitor da UFPI, Arimatéia DantasReitor da UFPI, Arimatéia Dantas [Foto: Ascom/UFPI]

Arimatéia Dantas lamentou as informações desencontradas na mídia sobre a questão. “Uns falam em contingenciamento e outros em bloqueio. Quando há contingenciamento, o dinheiro é liberado aos poucos e, no final do ano, se recebe todo o dinheiro que foi repassado. No caso do bloqueio, só se recebe uma parte e com a promessa de que, se as coisas melhorarem, poderemos receber o restante. Não podemos contar com um dinheiro que não temos garantia de receber”, advertiu o reitor.

“Não é a mídia que tem passado informações desencontradas, são os membros do Governo que trabalham para isso. É um jogo para minar o prestígio das instituições públicas. É importante ter um trabalho com as bancadas”, defendeu o deputado federal Merlong Solano (PT).

Corte

Só a verba para funcionamento das instituições federais deve sofrer um corte de 45%. “É corte em atividades que garantem o funcionamento da Universidade. É limpeza, segurança, passagens, diárias. Não vamos fechar, mas vamos ter graves problemas de seguir honrando as dívidas com os credores. Não trabalhamos com a perspectiva de fechar cursos ou diminuir vagas. Se não conseguirmos fazer a instituição funcionar a culpa não é nossa. Cortamos a gordura e agora estamos cortando o osso. Quando se corta o osso é impossível caminhar”, acrescentou Dantas.

Bancada

A deputada Margarete Coelho entende que fala do ministro da Educação, Abraham Weintraub, convocado pela Câmara Federal para explicar os cortes para as instituições federais, soou como tentativa de atacar as universidades.

“Pouco se falou de orçamento. O ministro ficou apenas na qualidade do ensino, tentando passar a imagem de que as instituições e os professores nâo têm competência. Isso me deixou muito preocupada. O ministro mostrou desamor pela educação. Temos que lutar pela sobrevivência das nossas universidades. O governo faz um ataque às instituições e aos professores. A bancada do PT já tomou a decisão de não participar caso o tema das universidades não seja discutido. É um ataque contra o futuro do país, avaliou Margarete Coelho.

Além do reitor da UFPI, participaram da reunião a vice-reitora da UFPI, Nadir do Nascimento Nogueira; o teitor do IFPI, Paulo Henrique Gomes de Lima; o chefe-geral da Embrapa Meio-Norte, Luiz Fernando Leite; o presidente da Associação dos Docentes da UFPI (ADUFPI), Jurandir Lima; o pró-reitor de Planejamento da UFPI, André Macedo;a pró-reitora de Ensino e Graduação (PREG) da UFPI, Romina Paradizo.

Pronunciamento

Na quarta-feira (15), a deputado federal Margarete Coelho discursou na tribuna da Câmara dos Deputados condenando o corte de verbas para as instituições federais de ensino.

FONTE: Piauí Hoje

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