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Profissão centenária de vaqueiro é passada de pai para filho no Piauí

Figura do homem vestido de couro, guiando a boiada, é símbolo tradicional da cultura nordestina. Programa Piauí de Riquezas mostra história passada de geração para geração.

Atividades de trato, manejo e condução de alguns animais, como o boi, são de responsabilidade do vaqueiro e no Piauí a profissão centenária é passada de pai para filho. Essa é a história de Raimundo Filho, morador do município de Elesbão Veloso, distante 165 km de Teresina, contada no programa Piauí de Riquezas. Ele seguiu os passos do pai na escolha profissional.

Conheça a cultura dos vaqueiros da região do Vale do Sambito

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Raimundo Filho contou que desde a infância viu o pai trabalhar com vaqueiro e que por admiração à profissão, decidiu trilhar o mesmo caminho. Além de amar, ele possui na vaquejada a principal fonte de renda da família.

Utilizando vestimentas de couro específicas para se proteger do sol e da vegetação seca típica do sertão nordestino a rotina desses profissionais começa antes do amanhecer do dia.

“Comecei a trabalhar com uns 11 anos de idade. Naquela época a gente fazia tudo, desde selar um cavalo até puxar bezerro de uma vaca [durante o parto], ver se esse animal estava com anemia. Meu pai me chamava para essas coisas e a gente aprendeu e foi passando para a geração mais nova”, relatou Raimundo.

O vaqueiro chegou a deixar a profissão de lado para procurar um emprego de carteira assinada na cidade de São Paulo, mas decidiu retornar para o interior do Piauí, após um ano, para viver uma vida inteiramente dedicada ao campo e hoje está satisfeito com o terreno que conquistou há oito anos.

Raimundo Filho seguiu os passos do pai e também se tornou vaqueiro no Piauí — Foto: Reprodução/TV ClubeRaimundo Filho seguiu os passos do pai e também se tornou vaqueiro no Piauí — Foto: Reprodução/TV Clube

Raimundo Filho seguiu os passos do pai e também se tornou vaqueiro no Piauí — Foto: Reprodução/TV Clube

Raimundo Filho começou a tomar gosto pela profissão ainda criança e deu seus primeiros passos acompanhando o pai na ordenha do gado.

“Eu observava meu pai acordar pela manhã e indo tirar o leite da vaca e bem pequeno fui me adaptando a isso. Mesmo morando no interior, me colocaram para estudar na cidade, não dei continuidade aos estudos, porque minha vocação sempre foi mexer com animal”, contou.

Ainda segundo Raimundo Filho, às vezes, a força e coragem que a profissão exige não são o suficiente, pois, às vezes, eles são vencidos por animais ferozes.

“Um cachorro latiu na minha direita e o cavalo se assustou, quando olhei para o lado um boi veio em minha direção, pensei que ele ia passar por mim,mas quando ele chegou perto demais minha perna ficou presa entre ele e o cavalo, minha perna quebrou na mesma hora, foi tão rápido que na hora não senti. Só percebi quando me faltou força nela e caí no chão”, disse Raimundo.

Ainda que com dificuldades, os vaqueiros enfrentam os desafios e encontram na profissão inspiração para o aboio, canto típico utilizado na condução de gado, e para versos e poemas improvisados na forma do repente nordestino.

Vaqueiros enfrentam desafios e encontram na profissão inspiração para o aboio e para o repente — Foto: Reprodução/TV ClubeVaqueiros enfrentam desafios e encontram na profissão inspiração para o aboio e para o repente — Foto: Reprodução/TV Clube

Vaqueiros enfrentam desafios e encontram na profissão inspiração para o aboio e para o repente — Foto: Reprodução/TV Clube

FONTE: G1

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