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Homem é condenado a 21 anos de prisão após matar outro com facada em Francisco Santos

O crime aconteceu no dia 14 de abril de 2019, por volta das 00h30, no município de Francisco Santos.

Aconteceu durante toda esta terça-feira (15) o júri popular de Luiz Marcos da Silva Ferreiro, condenado a 21 anos de prisão, inicialmente fechada, pelo homicídio de José Juciê Rodrigues. O crime aconteceu no dia 14 de abril de 2019, por volta das 00h30, no município de Francisco Santos.

Após ouvirem algumas testemunhas, o júri presenciou as teses de defesa e acusação. Enquanto a defesa pedia a absolvição de Luiz Marcos, apontando que houve uma briga entre vítima e acusado, o que o obrigou a agir em legítima defesa, a acusação pedia pena máxima, em virtude do homicídio ter sido friamente calculado, pois ocorreu cerca de 40 minutos após uma discussão entre ambos, e de forma traiçoeira, sem recurso de defesa de Juciê, mais conhecido por Tiê.

Após explanação da promotoria e defesa, réplica e tréplica, os jurados votaram e decidiram pela acusação do homicida, entendendo que o mesmo agiu de forma cruel ao esfaquear a vítima sem que este o visse, em local ermo, na presença do filho de Tiê, que teve que socorrer o pai, não obtendo êxito, pois o mesmo morreu horas depois de dar entrada no Hospital Regional Justino Luz de Picos. A facada atingiu seu fígado e, portanto, lhe causou uma grande hemorragia interna.

Luiz Marcos foi preso no mesmo dia do crime, embriagado, e confessou ter matado a Tiê.

A juíza da 5ª Vara Criminal, Nilcimar Rodrigues, e presidente do júri, em sua sentença, ressaltou as qualificadoras do crime – motivo fútil e sem recurso de defesa da vítima (Art. 121, parágrafo 1, incisos II e IV do Código Penal –, além da conduta social reprovada do acusado, pois o mesmo foi apontado como causador de diversas confusões pela cidade, e das consequências irreparáveis que o crime acarretou ao filho da vítima (que o presenciou) e à sua família, pela retirada abrupta de Tiê do seio de sua família.

O advogado de defesa, Kemeron Mendes Fialho, declarou que recorrerá da sentença e pedirá um novo júri. Ele reafirma a legítima defesa de seu cliente durante a ação que vitimou a Juciê Rodrigues.

Kemeron Fialho, advogado de defesa

“Nós tivemos uma decisão, respeitamos a soberania do júri, mas iremos recorrer. Entendemos que é preciso uma nova oportunidade, com novo julgamento e novo conselho de sentença. Então existe a possibilidade de ir para novo júri popular. Nossa tese é de absolvição, pois acreditamos em legítima defesa”, declarou.

Juciê Júnior Rodrigues, filho da vítima, esteve presente na audiência, acompanhado por sua mãe. Durante vários momentos do julgamento, ambos foram levados às lágrimas, relembrando os momentos que passaram há quase três anos.

Juciê Júnior, filho da vítima e testemunha ocular

Júnior estava com o pai no momento em que este foi atingido pela facada dada por Luiz Marcos. Segundo ele, não há um dia em que não relembre o episódio de ter visto seu pai morrer em seus braços.

“Estamos saindo daqui reconfortados em vermos a justiça sendo feita. Meu pai deve estar muito alegre lá no céu. Todo dia eu relembro esse fato durante esses quase três anos que passaram e foram dias muito ruins. Além da ansiedade de ter que esperar por esse momento, ainda teve minha formatura que ele não pôde participar e o nascimento de minha filha que ele não pôde conhecer, o crescimento do filho dele que é menor… foram muitas as coisas que ele não pôde participar. Mas saímos com sentimento de alegria por ter a justiça feita”, falou.

Relembre o crime

No dia 19 de abril de 2019, Juciê Rodrigues foi assassinado com uma facada na sua costela, que atingiu seu fígado. Momentos antes do crime, ele teve uma discussão com seu algoz, Luiz Marcos, tendo empurrado-o por este, já embriagado, estar importunando em um bar.

Luiz Marcos foi até sua casa, armou-se com uma faca e saiu à procura de Tiê, encontrando-o com seu filho, no Penta Clube. Lá, desferiu a facada sem que vítima ou filho percebessem sua presença.

Juciê Rodrigues tentou socorrer ao pai, levando-o para casa e, em seguida, conduzindo-o a Picos, pois na cidade não havia médico. Mas, momentos após da entrada no HRJL, a vítima veio a óbito devido grande hemorragia interna.

Fonte: Cidades em Foco

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