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JAICÓS | Várzea Queimada vai ganhar “Casa da Carnaúba”; engenheiro de Massapê estará a frente da construção

“Várzea” vai ganhar a “Casa da Carnaúba”, mais um importante espaço para o fortalecimento do trabalho e cultura do povoado.

FOTO: Reprodução

O Povoado Várzea Queimada, localizado na zona rural de Jaicós, que é internacionalmente conhecido por seu trabalho voltado ao artesanato, vai ser contemplado com mais uma importante ação, através do projeto A Gente Transforma.

“Várzea” vai ganhar a “Casa da Carnaúba”, mais um importante espaço para o fortalecimento do trabalho e cultura do povoado. Segundo o arquiteto e líder do projeto na comunidade, Marcelo Rosenbaum, o local vai abrigar a atividade de extrativismo sustentável do pó da carnaúba, dentro do modelo socioeconômico de Fair Trade, e o beneficiamento, secagem e estocagem da palha para o artesanato.

O edifício é projetado pela Rosenbaum Arquitetura em parceria com as lideranças da Associação das Mulheres Artesãs de Várzea Queimada. A Construção da Casa da Carnaúba, será feita pelo Engenheiro José Carlos dos Santos, de Massapê do Piauí, que tem vários parentes que nasceram e vivem em Várzea Queimada.

“José Carlos dos santos nasceu em Massapê, município próximo a Várzea Queimada. Se formou engenheiro pela Universidade de Anhanguera de São Paulo. Foi atravessando muitos obstáculos que conseguiu a conclusão do grau de Bacharel, sendo o primeiro engenheiro civil do município de Massapê” destaca Marcelo Rosenbaum.

Marcelo explica que o “projeto tem como objetivo atestar que a arquitetura e design são ferramentas importantes para o enfrentamento das questões do êxodo rural – êxodo que é na verdade uma forma de expulsão, tanto pela expansão da fronteira agrícola, com a falta de oportunidades e o empobrecimento do agreste, mas também ligado ao aquecimento global, um êxodo climático”.

Segundo ele, o projeto vai fomentar o extrativismo sustentável, além de aprimorar o modelo de governança de extração do pó da palmeira, uma nova fonte de recursos que surge com a inclusão da comunidade em um modelo de repartição de benefícios, iniciativa apoiada pela L’Óreal e Brasil Ceras.

A arquitetura da CASA DA CARNAÚBA tem dois ambientes circulares, que segundo Rosenbaum, é uma forma que honra e cultiva a tradição do trabalho coletivo das mulheres artesãs. “Além de funcional, a forma circular propõe a continuidade do trabalho em grupo, o diálogo, as rodas de conversa. Este espaço será um lugar de aprendizagem e inclusão para a comunidade”.

Ele também detalhou que a Casa da Carnaúba será formada pela Casa de Secar a Palha e a Casa de Bater e Guardar a Palha, que serão dois ambientes interdependentes. “São unidas por uma estrutura de copa, banheiro e um espaço para armazenamento do pó da carnaúba, que resulta em uma implantação que assume forma de um útero, reforçando o poder feminino da criação. Esses edifícios recebem uma grande cobertura, uma única sombra une o conjunto arquitetônico”.

Ainda conforme o arquiteto, as paredes da casa da carnaúba serão construídas com tijolos de solo-cimento fabricados no local. “O processo de fabricação dos tijolos será feito através de uma formação de pessoas da comunidade, trazendo um novo conhecimento e uma nova possibilidade de desenvolvimento sócio econômico e ambiental, transcendendo o impacto para a além da associação de artesãs”.

O projeto da Casa da Carnaúba tem articulação do Instituto A Gente Transforma, administração de Ludimilla Bueno; parceria para criação com a Associação das Mulheres Artesãs de Várzea Queimada, liderança de Marcilene Barbosa; Projeto de Arquitetura: Rosenbaum Arquitetura – Marcelo Rosenbaum, Adriana Benguela, Bárbara Fernandes, Thiago Benucci, 3d – Guilherme Castro e EdCruz; Cálculo Estrutural de Eng. Yopanan Rebello; construção: Engenheiro José Carlos dos Santos / Piauí; e apoio da Garnier Brasil, Loreal Brasil e Brasil Ceras.

POR: Josely Carvalho / Cidadesnanet

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