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Com muito esforço, superação e conquistas, jovem jaicoense realiza sonho de estudar na Alemanha

Girlane, hoje com 26 anos, contou que chegou na Alemanha comunicando-se apenas com o inglês intermediário que aprendeu com séries, filmes, músicas, e com o pouco alemão que tinha.

Quando concluiu o Ensino Médio no ano de 2012 na Unidade Escolar Anísio de Abreu, em Jaicós, a jovem Girlane Carvalho trabalhava com a sua mãe na feira, vendendo confecções que traziam das cidades de Fortaleza e Caruaru. No início de 2013, viu todos os seus amigos conseguindo uma vaga na universidade pelo Enem ou entrando numa instituição privada para conseguir o tão sonhado diploma e carreira.

“Eu até tinha feito o Enem também, cheguei a ser aprovada em um curso para Recife, (Guia de Turismo) mas eu não fiz. No fundo eu sabia que faculdade no Brasil era algo que eu não me via fazendo, mas ao mesmo tempo eu não sabia o que fazer e nem como começar”, conta Girlane.

A jovem então resolveu ir embora de Jaicós, para morar com sua irmã Girleide Carvalho em Teresina, onde permaneceu somente por alguns meses, o que, segundo ela, foi uma fase de muito aprendizado. Depois disso, outra irmã sua, Girlene Carvalho que na época residia em São Paulo, a convidou para conhecer os bebês gêmeos que ela havia acabado de ganhar.

“Saí de Teresina com uma pequena mala (só para férias) em dezembro de 2013, mas não retornei a Teresina. Decidi ficar morando com minha irmã em São Paulo. Então, ajudei ela com os bebês até o mês de julho de 2014, quando arranjei um trabalho numa das maiores redes de farmácia de São Paulo. Foi nessa época que comecei a me encontrar, a sonhar e fazer planos”, relata.

Já trabalhando, Girlane decide entrar em um curso de Inglês, porque já planejava ir para os Estados Unidos depois que aprendesse o Inglês. “Eu fiquei no curso somente por um ano e surgiram alguns problemas como: desmotivação, falta de organização, de foco, sem contar com a “forcinha” que os outros me davam quando não acreditavam ou me criticavam”.

Após o período de um ano morando com sua irmã, Girlane resolveu morar sozinha. “Eu ainda sonhava e sabia o que queria, mas estava perdida e sozinha (comigo mesma) então eu levantei a cabeça e decidi aprender inglês sozinha (na força da fé) e também para economizar uma grana, depois de ter me enrolado com dívidas também”, conta.

Girlane lembra que conseguiu montar um plano de estudos e estava conseguindo estudar. Nessa época, também fez um empréstimo no banco, onde conseguiu pagar todas as suas dívidas, ficando só com empréstimo como dívida. “Eu estava conseguindo me reerguer aos pouquinhos, mas foi um longo tempo até voltar a ter equilíbrio (ou ter equilíbrio pela primeira vez.) Eu nunca fui de dividir meus problemas, nem pedir ajuda, nem mesmo conversar com ninguém, pois a maioria só quer saber por curiosidade”, lamentou.

Então, no ano de 2017 a jaicoense conheceu uma família da Áustria, que estava procurando uma “Au Pair”, que é um intercâmbio cultural para quem procura adquirir fluência em um idioma estrangeiro e vivenciar uma cultura diferente por meio do trabalho com crianças e a convivência com uma família por um ano. Ou seja, a pessoa interessada vai para o exterior aprender um idioma e morar com uma família. As meninas que viajam como Au Pairs cuidam das crianças da família onde moram e recebem um salário.

Cada país tem uma exigência. No caso da Áustria, Girlane acabou descobrindo que não podia ir tão rápido quanto queria porque um dos requisitos era que ela tivesse pelo menos 60 horas/aula de Alemão em uma escola.

Após conversar com a família Austríaca, a jovem explicou que não poderia ir imediatamente, mas que iria começar o curso de alemão para conseguir ir. “Fiz o curso por um ano, e quando estava faltando apenas dois meses para a conclusão, a família informou que não conseguiriam esperar esses dois meses e que tinham encontrado outra garota. Eu fiquei muito triste e quis desistir do curso, quando dois amigos me convenceram a continuar”, desabafou.

Após concluir o curso de Alemão, no início deste ano, Girlane conheceu a família Alemã que a receberia como “Au Pair” e com quem reside atualmente. “Existe um site onde nos cadastramos para esse programa. Após o cadastro eu tinha um pequeno desafio que era fazer uma prova em Alemão, no instituto internacional da Alemanha em São Paulo, o Instituto Goethe. Esse certificado é reconhecido no mundo inteiro. Eu estudei para essa prova dois meses em casa, fiz a prova e passei. Recebi o certificado (que foi um momento de muita emoção porque estudei igual uma louca) juntei todos os outros documentos que o consulado pedia no check List. Tirei o visto e aqui estou”.

Girlane, hoje com 26 anos, contou ainda que chegou na Alemanha comunicando-se apenas com o inglês intermediário que aprendeu com séries, filmes, músicas, e com o pouco alemão que tinha. “Meu contrato com a família é de um ano, e nesse ano também aprendo alemão com eles e na escola. Quando eu terminar eu posso ingressar na universidade aqui. Foi um caminho bem longo, mas hoje eu sou feliz por não ter desistido, apesar de cada rasteira. Hoje eu olho para trás e penso: “Como eu sobrevivi”. Aqui só foi um grande passo. Mas tenho muitos sonhos e metas pela frente. Deus vai me abençoar, para que eu nunca desista. Um deles é de conhecer todos os países do mundo: E eu já comecei”, finaliza.

Da Redação

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