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Em meio a pandemia no Piauí, profissionais da saúde ameaçam greve por adicional na insalubridade

Limite do benefício é de R$ 400, para àqueles que atuam na linha de frente contra doenças como a Covid-19, mas, no Piauí, técnicos em enfermagem ganham apenas R$ 130 e enfermeiros recebem R$ 250

Profissionais da saúde podem cruzar os braços por tempo indeterminado em todo o Piauí nos próximos dias, é o que garante ao OitoMeia o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (Senatepi), Erick Riccely. Uma Assembleia com servidores municipais foi marcada para o sábado (30) e um Ato Público com servidores estaduais para o dia 5 de junho. A reivindicação da classe é pelo adicional 40% na Insalubridade durante a pandemia de coronavírus.

De acordo com Erick Riccely, o benefício da insalubridade atualmente pago não ocorre como deveria acontecer. Segundo ele, o valor é calculado conforme os vencimentos do servidor. Porém, devido alterações na Lei que garante o adicional, feitas pelo Governo do Estado, não há um padrão que garante esse pagamento. A classe de trabalhadores da saúde que reivindica o adicional de 40%, recebe atualmente, apenas 10% do valor. Em números reais, o limite do benefício é de R$ 400, para àqueles que atuam na linha de frente contra doenças como a Covid-19, mas, no Piauí, técnicos em enfermagem ganham apenas R$ 130 e enfermeiros recebem R$ 250.

“Queremos que a Lei que já existia fosse cumprida. Ela foi alterada pelo Governo do Estado mudando a forma de pagamento. Se hoje fosse aplicado o valor que o Governo aplicava até 2014, seria justamente o valor de 20%, mas como o Governo alterou essa Lei o funcionário não tem nenhum ganho para se expor ao risco. Por exemplo, um técnico de enfermagem recebe R$ 130 de insalubridade e um enfermeiro recebe R$ 250. Antes esse valor era calculado de baseado no valor de vencimento que era de 20%”, explicou. 

Exemplo valores pagos a um enfermeiro do Samu (Foto: Divulgação)

MANIFESTAÇÕES ESTÃO MARCADAS

De acordo com o presidente do Senatepi, no sábado (30) profissionais da saúde ligados à Fundação Municipal de Saúde (FMS) irão se reunir para decidir sobre uma paralisação. Já no dia 5 de junho, um Ato Público está marcado com servidores ligados a Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi), no dia 5 de junho, em frente ao Hospital Getúlio Vargas (HGV).

Erick Riccely classificou a situação com “insustentável” e pontuou que o protesto pode ser o início de uma paralisação ou greve por tempo indeterminado, caso a categoria e governantes não cheguem a um acordo. Em plena pandemia de coronavírus, a paralisação dos profissionais da saúde, segundo o próprio sindicato, poderia levar a um colapso no sistema de saúde do estado.

Entre as reivindicações do servidores do estado estão:

  • Afastamento de todos os integrantes dos Grupos de Risco, sem redução de remuneração;
  • Fornecimento de EPI’S em quantidade e qualidade adequadas;
  • Realização de Exames (Covid-19) periodicamente (TESTES e RE-TESTES);
  • Insalubridade de 40% durante a pandemia e retorno dos percentuais adequados depois da Pandemia, sem congelamento ilegal;
  • Incentivo específico para o Setor COVID nos hospitais do Piauí.

“Já temos um Assembleia amanhã para a FMS para decidir sobre isso. Essa tratará apenas dos funcionários do município e outra marcada com todas as modalidades sindicais marcada para o dia 5 de junho, na frente do HGV, por conta desta questão da insalubridade”, explicou o presidente do Senatepi.

Foto: Divulgação

PROFISSIONAIS INFECTADOS PELA COVID-19

O adicional da insalubridade é um benefício que compensa o trabalhador exposto a doenças infecciosas, como a Covid-19. Até o dia 20 de maior, pelo menos 438 profissionais de saúde foram infectados pelo novo coronavírus, segundo dados da Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi). Entre os servidores que contraíram o coronavírus, 200 deles são fisioterapeutas, 128 são enfermeiros e 74 são médicos.

O OUTRO LADO

Questionada pelo OitoMeia a assessoria da Sesapi informou que “a intenção do secretário é realizar este pagamento, porém, não pode extrapolar a competência que é da Sead (Secretaria de Estado da Administração). Por outro lado, a Sead afirmou que irá se manifestar em breve sobre o caso. A FMS também afirmou que ainda irá se manifestar sobre o caso.

FONTE: Oito Meia

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